Este relato tem como objetivo ressaltar a importância vital que a aposentadoria exerce na vida das pessoas. Não somente na vida dos aposentados, mas no dia-a-dia de quem vive ao seu redor.

Requeri aposentadoria aos 60 anos, quando trabalhava em uma empresa privada. O valor fixado pelo então INPS era de sete salários mínimos. Mas as mudanças da moeda reduziram significativamente meu benefício poucos anos depois e hoje minha aposentadoria não chega a três salários mínimos.

Apesar da grande baixa na renda familiar, criei uma neta em boa escola e com curso de inglês; dividi os custos dos estudos do meu neto com minha filha; ajudei dois sobrinhos e também meu bisneto, para quem paguei todo o curso de inglês. Ainda hoje ajudo meu filho, que está desempregado, e meu bisneto, a cursar o ensino fundamental.

Isso não seria possível sem o rendimento do meu marido, que se aposentou na mesma época que eu e pagava com o benefício as nossas despesas, incluindo a grande quantidade de remédios que a saúde de idosos requer.

O resultado do apoio aos meus entes queridos é gratificante. Minha neta se tornou jornalista batalhadora, meu neto coordena uma equipe de informatização de sistemas. Um dos meus sobrinhos virou engenheiro mecânico e o outro se formou em Educação Física. Meu bisneto hoje cursa Ciência da Computação em uma universidade federal.

A aposentadoria ajudou a dar um futuro aos meus entes queridos. Eles aproveitaram as chances que tiveram, batalharam e se tornaram profissionais que se sustentam e pagam seus impostos. O que seria de todos nós se não fosse a Previdência?

Dora, aos 91 anos, cuida da casa, dos filhos, dos netos e dos bisnetos