As grandes regiões metropolitanas do País, assim como o sertão nordestino, estão vulneráveis a problemas de abastecimento de água. Levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA) obtido pela Agência Nossa revela que o estado de Minas Gerais tem 3 milhões de pessoas em risco nas áreas urbanas, o equivalente a cerca de 14% população.
O estudo da reguladora identificou 54,8 milhões de pessoas no Brasil que vivem em cidades com menor garantia de abastecimento de água na zona urbana. A avaliação da oferta de água foi realizada com base na disponibilidade dos mananciais superficiais e subterrâneos utilizados para abastecimento da população de cada sede municipal e na sua capacidade de atendimento às demandas.
“Esses resultados refletem, predominantemente, a pressão sobre os recursos hídricos devido à demanda das grandes concentrações populacionais urbanas, à escassez de água em algumas áreas, como no Semiárido, e ao aumento progressivo da taxa de urbanização do País, que pode se aproximar de 90% em 2020”, analisa a reguladora no Plano Nacional de Segurança Hídrica.
Do total de pessoas em áreas urbanas vulneráveis à falta de água no País, cerca de 30% saem da zona de risco com as obras recomendadas no plano. Entre as recomendações, sistemas adutores e o aproveitamento de outras fontes hídricas (existentes ou que demandam nova infraestrutura).
Em Minas, a realização de obras pode reduzir em 12% a quantidade de pessoas com risco de abastecimento em áreas urbanas.
O plano prevê investimentos de R$ 26,9 bilhões em 99 ações estruturantes hídricas que trarão segurança hídrica para o País.
“Em que pese muitas intervenções terem sido executadas ao longo das últimas décadas, é fundamental a existência de um roteiro comum que oriente os investimentos, construído a partir de uma base única de diagnóstico e metodologia de análise integrada dos déficits hídricos e das soluções requeridas em todo o território nacional”.
Nesse contexto, considerando suas atribuições no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos, no que se refere ao planejamento e promoção de ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e cheias e à elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em infraestrutura hídrica, a ANA desenvolveu, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, o PNSH.
Em dezembro de 2016, 132 cidades do Nordeste Setentrional, com uma população total de 1,5 milhão de habitantes, encontravam-se em colapso de abastecimento e 812 municípios eram abastecidos por carros-pipa, gerando custos de mais de R$ 1 bilhão ao governo federal. Além do semiárido, historicamente sujeito a secas, a crise hídrica também ocorreu no Sudeste, afetando as regiões mais populosas e com maiores demandas hídricas do País, tais como a bacia do rio Paraíba do Sul e a Região Metropolitana de São Paulo.