A fabricante do principal remédio à base de sulfato de hidroxicloroquina, o reuquinol, informou à Agência Nossa que vai aumentar a produção do medicamento, que está sendo usado para conter o coronavírus.
Com matéria-prima importada, o crescimento da produção depende, contudo, da superação de dois entraves: a capacidade produtiva dos fabricantes e a questão logística, devido à restrição de transporte aéreo em várias partes do mundo.
A empresa está em contato com os produtores para tentar embarcar mais de duas toneladas da matéria-prima.
“Vamos usar todos os meios que estiverem ao nosso alcance para aumentar nossa produção. Estamos também em contato com os governos de São Paulo e Federal para que nos auxiliem nessas negociações”, afirma a diretora de assuntos corporativos da Apsen, Renata Spallicci.
A Apsen informou ainda que está disposta a colaborar com as
autoridades de saúde pública, com doações para o tratamento da
Covid-19, e “considerando assegurar o atendimento a outros pacientes que já fazem uso crônico da medicação para outras indicações”.
A Agência Nossa publicou nesta quinta-feira, em primeira mão, que a a corrida ao remédio está ameaçando o tratamento de portadores de doenças autoimunes, que usam a substância diariamente.
A oficial de Justiça Flávia Brasil percorreu várias farmácias mas não encontrou em sua cidade o medicamento que precisa usar continuamente para manter a saúde. Ela sofre de artrite reumatóide e síndrome de Sjögren, doenças autoimunes que podem levar à morte se não forem tratadas.
Até hoje Flávia comprava o sulfato de hidroxicloroquina com facilidade. Mas a informação de que a substância está sendo usada no tratamento do coronavírus em outros países provocou uma corrida pelo remédio nas farmácias do Brasil.
“Minha prima que mora em São Paulo e tem lúpus também não está achando para comprar, e a gente faz uso desse medicamento todo dia. As pessoas por medo, e com base na informação de que o medicamente é usado para o combate da Covid 19 estão comprando esse remédio nas farmácias sem receita e estão deixando quem é do grupo de risco, de pessoas com doenças autoimune, mais em risco ainda”.
A reumatologista Nara Regina de Oliveira explica que não há substância substituta à hidroxicloroquina para os crônicos de doenças autoimunes como lúpus e artrite reumatóide. A médica sugere que os pacientes diagnosticados com coronavírus tomem uma substância parecida, a cloroquina. Esta substância produz mais efeitos colaterais e por isso não é indicada a pacientes de uso contínuo.