O desemprego disparou no Rio e se tornou a quarta maior taxa do Brasil. O total de pessoas desempregadas atingiu 19,1% no estado fluminense, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice só é menor que o verificado na Bahia (20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%).

No Brasil, a taxa subiu para 14,6%, com aumento da procura por emprego devido ao relaxamento do isolamento e à redução de vagas no mercado de trabalho. A fila de emprego ganhou mais 1,3 milhões de pessoas no terceiro trimestre.

“Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Busca por emprego aumentou com menos isolamento. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

No segundo trimestre, o desemprego no Rio estava em 16,4% e era inferior ao do Amazonas.

“A taxa de desocupação, na comparação trimestral, subiu em dez unidades da federação, permanecendo estável nas demais. Ou seja, nenhuma unidade da federação do país conseguiu mostrar uma retração dessa taxa no terceiro trimestre. Isso mostra que todos os estados tiveram, de alguma forma, o mercado de trabalho bastante afetado”, explica Beringuy.

No terceiro trimestre, a taxa de desocupação atingiu o recorde de 17,9% no Nordeste, o maior número entre as grandes regiões. Já o Sul teve a menor taxa entre elas: 9,4%. Em relação às unidades da federação, as maiores taxas de desocupação também estavam no Nordeste, enquanto os estados do Sul tiveram as menores.

Menos vagas

Além do aumento do número de pessoas procurando emprego, o desemprego cresceu porque o mercado de trabalho ficou menor, com 883 mil postos de trabalho a menos no terceiro trimestre em relação ao segundo.

Com isso, o nível de ocupação foi de 47,1%, também o menor da série. Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

A analista observa que todas as categorias perderam ocupação, sendo que o número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% no terceiro trimestre frente ao anterior, com perda de 788 mil postos no trimestre encerrado em setembro.

Caged

Já o Caged, do Ministério da Economia, mostrou na véspera que o saldo entre admissões e desligamentos da força de trabalho ficou positivo pelo quarto mês consecutivo em 2020, mais geração de vagas.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) em outubro, o saldo foi de aproximadamente 395 mil contratações.

A maioria das contratações se deu nos setores de serviços (156.766) e comércio (115.647), mas também na indústria (86.426) e construção (36.296). Em relação à escolaridade, trabalhadores com ensino médio completo compõem a maioria desse saldo positivo (296.849 dos 394.989). Por faixa etária, vê-se que o crescimento se deu em maior parte entre os jovens de 18 a 24 anos.