Tão criticadas pelo governo Bolsonaro por sua atuação na proteção do meio ambiente, foram justamente as ONGs que foram e continuam sendo determinantes para salvar os animais do pantanal.

Segundo estimativa do Coronel Barroso, bombeiro-militar do corpo de Bombeiros de Mato Grosso que fundou o Posto de Atendimento Emergencial a Animais Silvestres do Pantanal (PAES Pantanal), mais de mil pessoas da sociedade civil, entre funcionários de ONGs e voluntários, atuavam no Pantanal no auge das queimadas, de acordo com o Greenpeace em seu site.

Esta matéria é continuação da reportagem Os heróis do Pantanal e as lições para 2021.

O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), uma das principais frentes de resgate no Pantanal, foi criado após o rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, com as necessidades emergenciais que o desastre causou.

Foto: Greenpeace

A força-tarefa é parte do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e reúne voluntários de diversas áreas, entre médicos veterinários, bombeiros e biólogos, e atua no amparo, resgate, logística e transporte de animais em situações de vulnerabilidade devido a desastres.

A equipe do GRAD leva os animais para o Posto de Atendimento Emergencial de Animais Silvestres (PAEAS), apoiado pelo governo local do Mato Grosso. Depois de estabilizá-lo, o PAEAS encaminha animais, por exemplo, para a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), também parceiros no resgate.

Em outubro deste ano foi criado o Plano de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais, uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina Veterinária que traz todas as orientações necessárias para atuação dos profissionais nesse cenário. Pimenta acredita que essa medida é crucial para uma movimentação das equipes de forma mais coordenada e responsável. 

” Agora temos o manual, que tem participação ativa de membros do GRAD e pode nortear cursos de capacitação. Equipes treinadas no Brasil inteiro que poderiam dar apoio inicial para tentar mitigar quando acontece esse tipo de desastre, para as equipes chegarem rápido e de forma coordenada”, explica um dos participantes.

Como ajudar

Todo o grupo é coordenado pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo e é formado pelas secretarias de Meio Ambiente e Segurança Pública, o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros Militar, Programa REM-MT, Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e Marinha do Brasil. 

São somadas forças com o Ibama, a UFMT através do Hospital Veterinário, os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso.

Fazem parte deste trabalho as ONGs Ampara Silvestre, Associação de Defesa do Pantanal (Adepan), Instituto Mata Ciliar, Ecotrópica, É o Bicho MT, Instituto Luisa Mell, Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), Reprocon, SOS Pantanal. Já da iniciativa privada apoiam a ação a Integral Pet, laboratório VET Vida, Vivet, Clínica Anjo da Guarda e Pantaneiro Clínica Veterinária.

“Enquanto doações, as pessoas podem doar para entidades comprometidas em fazer um trabalho sério. Se a pessoa tiver interesse em contribuir para o GRAD, ela pode fazer através da conta do Fórum de Proteção e Defesa dos Animais, ou podem ajudar disponibilizando recursos, seja financeiro ou material”, aconselha Marilym, que integra o GRAD desde 2015.

Os interessados no voluntariado podem entrar em contato com o Grupo através do site https://forumanimal.org/ para orientações e capacitações técnicas e emocionais demandadas. Quanto às doações, cada instituição envolvida no Pantanal está disponibilizando em suas redes as diretrizes para os depósitos.

Em outra frente, a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (RPCSA ou Rede do Amolar surge a partir da parceria entre Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Instituto Acaia Pantanal, Fazenda Santa Tereza, Fundação Ecotrópica e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense/Instituto Chico Medes e Policia Militar Ambiental, como uma parceria entre organizações proprietárias de terras destinadas a ações conservacionistas e sócio educativas ao longo do eixo do Rio Paraguai, nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A região foi quase totalmente devastada pelo fogo e precisa de ajuda.

Separamos alguns links para ajudá-lo a ajudar:

http://amparanimal.rds.land/pantanal-em-chamas (Ampara Silvestre)

https://opantanalchama.sospantanal.org.br/manifesto/#apoie (SOS Pantanal)

https://ilm.org.br/ (Instituto Luisa Mell)

https://www.institutohomempantaneiro.org.br/rpcsa (Instituto Homem Pantaneiro)