O estado do Maranhão é apontado como um dos estados que menos apresentam informações no sistema sobre qualidade e controle da água, segundo o último boletim do Ministério da Saúde com dados relativos a 2019.
Mas a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) esclarece que mantém todos os seus dados de controle e vigilância em qualidade da água atualizados nos sistemas SISAGUA e VIGIAGUA, como ordena a legislação vigente.
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que as amostras de água coletadas para a detecção de resíduos de agrotóxicos realizadas nos municípios são levadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão, que posteriormente as encaminha ao laboratório de referência para análise e emissões dos seus respectivos laudos.
Falha em equipamento
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou à Agência Nossa que as amostras de água coletadas para a detecção de resíduos de agrotóxicos realizadas nos municípios são levadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão, que posteriormente as encaminhava ao Instituto Evandro Chagas, laboratório de referência para análise e emissões dos seus respectivos laudos.
O Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano do Ministério da Saúde informou ao estado que o equipamento utilizado pelo laboratório de referência na realização das análises de agrotóxicos encontrava-se com problemas técnicos, não sendo possível atender às demandas a desde dezembro de 2019, sem previsão de retorno.
Segundo o estado do Maranhão, em maio do ano passado, o Ministério da Saúde comunicou que, por consequência dos efeitos da atual pandemia, o laboratório continuava sem condições de analisar amostras de agrotóxicos em água para consumo humano.
Somente em fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde informou que as amostras deveriam ser enviadas ao laboratório de Toxicologia do Instituto Oswaldo Fiocruz.
“O Ministério da Saúde vem trabalhando na inclusão de outros quatro laboratórios na rede de referência nacional, sendo que um deles já está atendendo a demanda de alguns estados – Fundação Ezequiel Dias (Funed/MG)”, respondeu o Ministério da Saúde por meio de sua assessoria de imprensa.
Mesmo antes da pandemia, os laboratórios do governo federal não davam conta de analisar todas as substâncias estabelecidas na norma.
Estado preocupa pesquisadores
O estado integra a importante fronteira agrícola de Matopiba, que leva no nome as iniciais dos seus estados (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) que tem despertado preocupação de pesquisadores por falta de informações sobre níveis de agrotóxicos.
Cidades do Maranhão e Piauí, que também fazem parte desta nova fronteira agrícola, estão entre as que menos fornecem informações sobre qualidade e controle da água no sistema do ministério, segundo a última publicação sobre alguns parâmetros registrados no Sisagua.