O Banco Central anunciou normas para que as instituições do sistema financeiro elaborem políticas de responsabilidade social, ambiental e climática.

Riscos associados a eventos climáticos, como incêndios, secas, enchentes e temperaturas extremas passaram a integrar sua estrutura normativa e suas práticas de supervisão em ações coordenadas.

“O objetivo dessa agenda é, dentro do mandato do BC, criar as condições para o desenvolvimento de finanças sustentáveis no sistema financeiro. Melhores práticas internacionais relacionadas a finanças sustentáveis; maior disponibilidade de recursos do sistema financeiro para empreendimentos sustentáveis; melhor gerenciamento dos riscos sociais, ambientais e climáticos”, afirmou o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.

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O BC definiu requisitos para o Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas (Relatório GRSAC), com regras para que instituições financeiras trabalhem em temas sobre governança e gestão de riscos sociais, ambientais e climáticos.

Por meio da publicação do primeiro Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas, o órgão dá um passo em direção ao fortalecimento das regras de gerenciamento de riscos sociais, ambientais e climáticos. e passa a tratar de forma integrada essas ações, em aproximação com práticas ESG.

A questão ambiental e climática, que há muito tempo é tema de grande importância na agenda internacional, ganhou um impulso ainda mais significativo após a pandemia da Covid-19.

Desmatamento na Amazônia reduz ventos úmidos afetando chuvas e clima no Brasil. Foto: Greenpeace

“Estamos cientes das crescentes preocupações com o desenvolvimento sustentável, bem como com os riscos sociais, ambientais e climáticos. No caso dos bancos centrais, essa agenda é importante porque as questões relacionadas à sustentabilidade têm potencial para afetar as suas duas principais missões: a política monetária e a estabilidade financeira”, completou, no evento de lançamento do plano.

As iniciativas anunciadas estão de acordo com as recentes recomendações e tendências internacionais em torno da gestão e da transparência em relação aos riscos climáticos e ambientais.

“Ao fortalecer as regras associadas às questões sociais, ambientais e climáticas cujo impacto, positivo ou negativo, é cada vez mais relevante para a solvência das instituições, o BC reafirma seu papel de garantidor do equilíbrio, da confiabilidade e da solidez do SFN”, diz nota publicada pelo BC.

“O Banco Central é o garantidor da solidez do sistema financeiro e, como tal, precisa dar o exemplo de boas práticas na implementação das medidas de sustentabilidade. O RIS tem a finalidade de facilitar a gestão integrada de suas ações nessa área, contribuir para as discussões sobre o tema e de prestar contas à sociedade”, destaca a chefe do Departamento de Riscos Corporativos e Referências Operacionais (Deris) e responsável pela elaboração do documento, Isabela Damaso.