A escalada da inflação atinge com mais força as famílias mais pobres. Entre lares com renda domiciliar menor que R$ 1.808,79, a alta de preços foi de 12% nos últimos doze meses, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) a partir de dados oficiais da inflação calculada pelo IBGE.

No topo da pirâmide, entre as famílias que recebem mais de R$ 17.764,49 por mês, a inflação foi de 10%.

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As faixas de renda consideradas na pesquisa do Ipea são: muito baixa (menor que R$ 1.808,79), baixa (de R$ 1.808,79 a R$ 2.702,88), média-baixa (de R$ 2.702,88 a R$ 4.506,47), média (de R$ 4.506,47 a R$ 8.956,26), média-alta (de R$ 8.956,26 a R$ 17.764,49) e alta (maior que R$ 17.764,49).

A inflação oficial de março calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para toda a população brasileira foi de 1,62%, a maior para um mês de março desde a implantação do Plano Real, em 1994.

Preços mais salgados apertam orçamento das famílias brasileiras. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Os preços dos grupos alimentos e bebidas e transportes foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária no mês de março. Para as outras faixas de renda, pesaram mais os aumentos do grupo transporte, especialmente dos combustíveis.

As famílias mais pobres sofreram ainda o impacto do reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%) e interestadual (3%) e os aumentos de 6,6% do preço do gás de botijão e de 1,1% da energia elétrica.

Ao analisar os últimos 12 meses, o Ipea afirma que a maior pressão inflacionária para as famílias de renda mais baixa vem do grupo ‘habitação’, no qual pesaram os reajustes de 28,5% das tarifas de energia elétrica e de 29,6% do gás de botijão.

Essas famílias também foram as que mais sentiram as altas dos alimentos em domicílio, principalmente os reajustes de 55,9% dos tubérculos, de 8,1% das carnes, de 18,9% de aves e ovos, de 13,5% dos leites e derivados e de 10,8% dos panificados.

As famílias de maior renda, por sua vez, sentiram mais neste período a pressão dos combustíveis, como gasolina (27,5%), etanol (24,6%), diesel (46,5%) e gás natural (45,6%), além do reajuste de 42,7% do transporte por aplicativo.

Com reportagem de Agência Brasil