As invasões do território indígena Vale do Javari, situado no extremo Norte do Brasil próximo das fronteiras com Peru e Colômbia, são um problema antigo, mas se intensificaram nos últimos anos diante do enfraquecimento da Funai. O governo Bolsonaro vem sendo criticado por esvaziar órgãos de proteção do meio ambiente, inclusive da Funai, com redução de quadros, nomeação de pessoas sem experiência em cargos de chefia, entre outras medidas de desmonte.
No relatório”Cercos e Resistências – Povos Indígenas Isolados na Amazônia Brasileira”, do Instituto Socioambiental (ISA), texto publicado pelo geólogo Conrado Octavio e pelo ecólogo Hilton Nascimento afirma que a demarcação da terra indígena resultou na redução de invasões por caçadores, pescadores e madeireiros.
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Mas nos últimos anos, com o enfraquecimento dos mecanismos de proteção aos indígenas, o problema voltou a tomar conta da região, segundo os autores.
“As invasões para a exploração predatória e ilegal de recursos naturais têm se intensificado até mesmo em locais que contam com bases da Funai, frequentemente acompanhadas de ameaças e até mesmo ataques a indígenas, servidores e membros de instituições que atuam na região”, afirmam.
Neste contexto, o corajoso jornalista Dom Phillips e o respeitado indigenista Bruno Pereira desapareceram enquanto faziam um trabalho importante e perigoso na Amazônia.
Para ajudar as famílias dos desaparecidos que se arriscaram para ajudar os indígenas, amigos criaram uma vaquinha para arrecadar fundos. A seguir um trecho da campanha e o link para ajudar.
“Dom estava em viagem para uma reportagem que fará parte de um livro chamado “Como Salvar a Amazônia”. Ele visitava um lugar particularmente inseguro do Vale do Javari quando sumiu. Ele estava viajando com o Bruno, que trabalha com indígenas dedicados a proteger suas terras de invasores criminosos na ausência do governo brasileiro.
Bruno tem dedicado sua vida à defesa dos direitos dos indígenas brasileiros. Ele é reverenciado nacionalmente como um lutador incansável e, há anos, é ameaçado pelo trabalho que ama. Ele é marido de Beatriz de Almeida Matos e pai de três lindos filhos de 2, 3 e 16 anos de idade.
Dom, Bruno, Alê, Beatriz e seus filhos precisam de nossa ajuda não apenas para pagar as contas diárias e os novos custos que surgirão por causa desse episódio, mas também para continuar a busca por seus entes queridos. Mesmo a menor doação é valiosa para mostrar que Dom e Bruno não estão sozinhos, não agiram em vão. Estamos unidos com eles!”