Logo após o lançamento nacional da coleta do Censo 2022, o IBGE firmou dois acordos de cooperação técnica com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para o recenseamento de refugiados e imigrantes. As parcerias foram firmadas com a Organização Internacional para Migrações (OIM) e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na sede do IBGE.

“Os dois acordos são fundamentais para a cobertura da migração internacional, particularmente, dos venezuelanos, embora também dos bolivianos e outros segmentos de refugiados tanto da América Latina quanto fora, como do Afeganistão e da Ucrânia. Vamos captar tudo”, afirma o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, acrescentando que “as duas agências das Nações Unidas, tanto ACNUR quanto OIM, possuem informações que vão ajudar muito o IBGE na identificação de potenciais setores censitários onde nós iremos encontrar esse pessoal”.

Pesquisa incluirá censo de refugiados. Foto: Lucas Ferreira / ACNUR

A parceria entre o IBGE e o ACNUR, durante a realização do Censo 2022, terá como objetivo facilitar as discussões relacionadas às etapas de análise dos resultados da operação censitária e de planejamento e observação das pesquisas domiciliares amostrais do IBGE. O foco será a coleta do Censo a ser realizada no estado de Roraima, em particular nos municípios de Boa Vista e Pacaraima – este que é a principal porta de entrada de imigrantes venezuelanos – e em outros estados da federação.

O acordo de cooperação técnica prevê ações que envolvem a atuação das duas instituições na divulgação da realização do Censo 2022 e na sensibilização das equipes de locais de trabalho, assim como dos refugiados e migrantes venezuelanos quanto à importância da participação destes na operação censitária.

A parceria também será importante para auxiliar na disponibilização de recursos humanos com experiência no trabalho com refugiados e imigrantes bem como na facilitação do acesso aos domicílios coletivos que servem de abrigos para estes com todo apoio logístico de transporte. Além do compartilhamento mensal das informações cadastrais dos integrantes destes locais e dados georreferenciados sobre a localização deles.

“Saber quantos são, onde moram e como eles vivem é essencial para operacionalizar o princípio de não deixar ninguém para trás”, destaca Federico. “O ACNUR é uma organização que trabalha com os estados para salvar vidas, assegurar os direitos e procurar um futuro digno desta população, por isso, é motivo de enorme satisfação participar dessa operação”, complementa o representante do ACNUR.