O presidente Lula e o recém empossado presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, fazem coro por taxas de juros mais baixas adotadas pelo banco.

Segundo Mercadante, o grande desafio para apoiar as pequenas e médias empresas é a Taxa de Longo Prazo do BNDES, também conhecida como TLP.

“Vamos apoiar as micro, pequenas e médias empresas, as cooperativas e a economia solidária, com R$ 65 bilhões por meio de crédito indireto do banco e alavancagem via garantias para o crédito privado. O grande desafio para o sucesso da agenda modernizante das MPMEs será, em parceria com o Congresso Nacional, debatermos e ajustarmos a TLP”.

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Atualmente, a TLP apresenta enorme volatilidade e representa um custo financeiro acima do custo da dívida pública federal, o que penaliza de forma desnecessária as micro, pequenas e médias empresas.

“Não queremos e não estamos reivindicando um retorno ao padrão de subsídio do passado, mas uma taxa de juros mais competitiva, sobretudo para MPMEs”.

O objetivo do novo governo é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) volte a ser parceiro essencial na indução do crescimento com viés de inclusão social. A retomada de financiamentos para obras de vários setores e a consequente geração de empregos no mercado interno é uma das apostas do para que a economia seja reativada, com a participação ativa de micro, pequenas e médias empresas.

“A sua missão, meu caro Aloizio, é fazer esse banco voltar a ser motivo de orgulho do povo brasileiro. Esse banco tem de pegar dinheiro e devolver para o governo gerando investimento, gerando emprego, gerando renda e gerando melhoria na qualidade de vida do nosso povo”, afirmou Lula em seu discurso, na posse de Mercadante e membros da diretoria do banco nesta segunda-feira.

O presidente recordou o papel estratégico do BNDES ao longo de sua primeira gestão à frente do governo federal. Em 2002, o banco desembolsava R$ 37 bilhões para investimento. Em 2010, já eram 168 bilhões. Em 2021, contudo, caiu para R$ 64 bilhões.

“Se o BNDES é um banco de desenvolvimento e a gente percebe que, quando ele investe, a economia cresce, e quando não investe, a economia não cresce, eu fico me perguntando como é que vamos fazer voltar os investimentos em obra de infraestrutura nesse país”, questionou o presidente da República.

Lula citou que há mais de 14 mil obras paradas atualmente no país, quatro mil só na área de educação, além de muitas no setor de infraestrutura e logística. Para ele, o investimento a partir de financiamentos de bancos com viés sociais — casos de BNDES, CAIXA, Banco do Brasil, BASA e BNB — é uma forma de movimentar a economia, gerar empregos, induzir investimentos privados e priorizar a qualidade de vida dos brasileiros.

Eximbank

Mercadante falou ainda no apoio a exportações de bens manufaturados, lembrando que a indústria brasileira perdeu espaço expressivo tanto no PIB quando nos desembolsos do banco.

“O BNDES deve apoiar o pré-embarque e o pós-embarque das exportações de bens e produtos. Na verdade, Presidente, nós estamos desenvolvendo um projeto para a constituição de um Eximbank no BNDES a exemplo do que já existe nas principais economias do mundo.

Segundo ele, noventa e oito por cento do mercado mundial está fora do Brasil.  Para serem competitivas, as empresas brasileiras precisam exportar, como tem defendido também o Ministro Alckmin, ganhar escala e se integrar às cadeias globais de valor. 

Aloizio Mercadante e os membros da nova diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tomaram posse em cerimônia realizada nesta segunda-feira, 6, com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua esposa, Janja Lula da Silva; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin; da ex-presidenta da República, Dilma Roussef; da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro; do prefeito do Rio, Eduardo Paes; do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; e do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.