A Polícia Federal deflagrou a operação Avis Aurea, com o objetivo de investigar uma organização criminosa, em pelo menos três estados, que estaria envolvida com a compra de ouro ilícito em Roraima.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, em Roraima, São Paulo e Goiás, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima. Investigações tiveram início após uma abordagem da PRF apreender mais de R$ 4 milhões em espécie em um veículo no município de Cáceres (MT). Em inquérito policial, a PF identificou que os valores seriam apenas uma parcela, inserida em um contexto de sucessivas aquisições de ouro em Roraima.
Assine nossa newsletter gratuita para receber as reportagens
Uma operação destruiu área de garimpo ilegal localizada a menos de 15 quilômetros de distância de uma comunidade onde vivem os indígenas isolados Moxihatëtëa, na Terra Indígena Yanomami. A informação foi divulgada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Uma ação coordenada entre Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Federal sobrevoou o território Yanomami e identificou uma comunidade de povos indígenas isolados, sem nenhum contato com a sociedade, vivendo a menos de 15km de um ponto de garimpo. Segundo a Funai, tratam-se de indígenas do povo Moxihatëtëa, isolados e monitorados por eles desde 2010.
A Polícia Federal deu início no último dia 10 às ações de erradicação do garimpo ilegal em terras Yanomami, no âmbito da Operação Libertação. Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime, com foco na inutilização da infraestrutura usada para a prática do garimpo ilegal bem como a materialização de provas sobre a atividade criminosa.
A PF atua na interrupção do delito, por meio da destruição de maquinários e meios dedicados ao crime. O objetivo é proteger a população Yanomami e erradicar o garimpo ilegal por completo ao longo de todas as fases da Operação Libertação.
“É importante que os garimpeiros saiam logo dali. A presença deles ali traz um risco fatal aos isolados, por isso aqueles que se recusarem a sair devem ser presos pela operação”, disse a ministra Sonia Guajajara.
A operação para retirada de invasores e garimpeiros em território Yanomami é uma iniciativa do Governo Federal em resposta à degradação ambiental causada pela exploração de ouro, que gerou a crise sanitária e de saúde a qual os indígenas Yanomami vem enfrentando.
Reforço de aeronaves potentes
As operação ganhou reforço de novas aeronaves. O Comando Operacional Conjunto Amazônia, sediado na Base Aérea de Boa Vista, conta com o incremento de novos helicópteros para atuação direta na Operação Escudo Yanomami 2023.
Tratam-se do UH-15 Super Cougar da Marinha do Brasil (MB), do HM-4 Jaguar do Exército Brasileiro (EB) e do H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira (FAB). Os vetores passam a compor a frota de modo a potencializar as missões de transporte aerologístico, aumentando consideravelmente as capacidades operacionais para o cumprimento das missões.
As aeronaves são utilizadas em operações de ajuda humanitária devido sua capacidade de acessar áreas remotas e de difícil acesso rapidamente, em condições adversas, em qualquer momento do dia ou da noite, até mesmo com mau tempo. São utilizadas, também, para transportar suprimentos, equipes de resgate e ajuda médica para áreas afetadas. Além disso, são úteis para evacuar pessoas feridas ou doentes de áreas inacessíveis para o tratamento médico adequado
Desde 20 de janeiro, quando o presidente Lula e a ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, estiveram em Boa Vista para verificar a grave crise sanitária e humanitária que assola os povos indígenas no território Yanomami, diversas ações já foram colocadas em prática pelo Governo Federal. Ações como a criação do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária no Território Yanomami, num trabalho interministerial que tem levado assistência médica de emergência e mantimentos à região. Como parte da tratativa da crise no território, o Governo Federal atua agora para retirar os garimpeiros que ocupam a região.
*As informações são da Secom, do Marinha, da Polícia Federal, do Ministério de Povos Indígenas