Mal aderiu ao programa Desenrola, do governo federal, o C6 Bank já limpou o nome de 456 mil pessoas com dívidas até R$ 100. O programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes tem recebido adesão de entidades variadas do sistema financeiro, com muita celebração e também alertas de fraude.

O Desenrola  determina que todo cidadão beneficiado pelo Desenrola Brasil e que possua uma dívida com algum banco participante no valor total de até R$ 100,00, terá suspensa a negativação desta dívida automaticamente ao aderir ao Desenrola. Esta é uma iniciativa dos bancos que aderiram ao programa. Com seu nome limpo, o cidadão terá oportunidade de reorganizar suas finanças pessoais e renegociar a quitação desta mesma dívida com a instituição financeira.

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A expectativa do governo federal é criar condições especiais para facilitar as renegociações de aproximadamente 70 milhões de pessoas, incluindo as duas faixas previstas, durante todo o Programa. Serão renegociadas dívidas contraídas entre 2019 e 31 de dezembro de 2022. Os débitos bancários serão negociados diretamente com o banco em condições especiais a serem definidas.  

“O Programa Desenrola Brasil é resultado de uma parceria muito bem-sucedida entre os bancos e o governo federal, com potencial de recuperar a saúde financeira de milhões de famílias e reintroduzi-las na economia”, diz Gutierrez. 

Nesta fase do programa, voltada para o grupo definido como “Faixa 2”, as negociações vão incluir dívidas bancárias dos clientes que tenham renda mensal superior a 2 salários mínimos e menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único do Governo Federal. 

Logo do programa de redução de dívidas do governo federal.

O C6 Bank aderiu nesta semana ao programa e vai oferecer até 95% de desconto em até 72 parcelas com entrada reduzida e taxas de juros começando em 1,2% ao mês.  

As pessoas incluídas na Faixa 1 do Desenrola Brasil, que engloba a maior parte dos beneficiários do Programa e inclui aqueles que têm dívidas de até R$ 5 mil, renda mensal de até 2 salários-mínimos ou estão incluídas no Cadastro Único do Governo Federal, poderão se inscrever no Programa em setembro, quando entrará em operação uma ampla plataforma na internet de negociações de dívidas bancárias e não bancárias, como serviços públicos e lojas.

Várias entidades envolvidas

A Febraban, que reúne os bancos brasileiros, lembra que se envolveu, desde o início, na concepção e na construção do Desenrola, quando, num primeiro momento, a entidade foi procurada pelos então coordenadores do programa de governo (Aloizio Mercadante) e de assuntos jurídicos (Jorge Messias) a fornecer dados e a auxiliar tecnicamente na sua formatação. “Nos últimos meses, houve frequente interação com o ministro Fernando Haddad e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, em várias reuniões, nas quais foram apresentadas propostas que permitiram que o desenho inicial evoluísse para o formato anunciado”.

O Sicoob, instituição financeira cooperativa, também anunciou sua participação no programa que tem como objetivo auxiliar a população brasileira a “sair do vermelho”, facilitando o pagamento de dívidas junto às organizações financeiras. Essa ação soma-se a outras iniciativas já adotadas pela instituição em prol da justiça financeira de seus cooperados e das comunidades em que os mais de 4,5 mil pontos de atendimento do Sicoob estão inseridos pelos quatro cantos do país

“Queremos estar sempre ao lado dos nossos cooperados, oferecendo soluções adequadas às suas necessidades e proporcionando o seu bem-estar financeiro e social. A nossa adesão ao Programa Desenrola Brasil apenas reafirma o compromisso do Sicoob em contribuir para a construção de um país mais justo e próspero”, comenta Marcos Vinicius Viana Borges, diretor de Operações do Sicoob.

a Associação Brasileira de Crédito Digital  (ABCD) também celebrou a inclusão das empresas securitizadoras e dos Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios, os FIDCs, como credores do programa Desenrola. A decisão foi publicada em portaria do Ministério da Fazenda no final de junho. 

“A entidade colaborou efetivamente com as discussões relacionadas ao programa de renegociação de dívidas, enfatizando a importância da participação das fintechs de crédito na iniciativa”.