Os danos climáticos causados pelas 25 principais empresas petrolíferas do mundo, entre 1985 e 2018, somaram 20 trilhões de dólares. Mesmo sendo um valor consideravelmente alto, ainda assim, seus ganhos foram superiores, chegando à casa dos US$ 30 trilhões. Logo, se pagassem por todos os danos causados, as empresas ainda teriam trilhões em reservas, de acordo com o estudo realizado pela Climate Analytics e lançado ontem. 

Os ganhos das empresas representam mais que o triplo do PIB brasileiro, que foi de 9,9 trilhões no ano passado, de acordo com o IBGE.

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Dentre as 25 empresas, o estudo apontou que as 12 primeiras ou, “doze mais sujas”,  correspondem a 75% dos valores de danos climáticos (US$15 trilhões) e 70% dos ganhos(US$21 milhões).

Foto: Divulgação

“Arábia Saudita, Rússia, Irã, China e Emirados Árabes Unidos abrigam as maiores grandes estatais de carbono, com os maiores ganhos financeiros e danos incorridos. Das empresas privadas, ExxonMobil, Shell, BP, Chevron e TotalEnergies foram responsáveis pelos maiores prejuízos e tiveram os maiores ganhos financeiros.”, avalia a entidade no estudo.

A Petrobras foi uma das empresas presentes na lista, mas ficou em 17º lugar. 

 

Tabela: Climate Analytics

 

A relação entre ganhos e danos também é influenciada pela rentabilidade de suas reservas fósseis, desde a qualidade do petróleo até a tecnologia necessária para explorá-lo. Com isso, países da Península Arábica tem uma diferença maior entre ganhos e danos, enquanto países como o México e Brasil, tem uma diferença menor.

 

Tabela: Climate Analytics

 

COP 28  e novas fontes energéticas

Na 28ª edição da Conferência das Partes, 200 países se juntam para discutir novas formas de combater as mudanças climáticas e um dos principais entraves para avanços, é a mudança de matriz energética. A utilização de energia não-renovável e altamente poluidora como o petróleo é um dos tópicos a serem abordados. 

A entidade do estudo ressalta: “as grandes empresas do carbono e seus defensores têm afirmado que as sociedades têm se beneficiado dos combustíveis fósseis como motor, da riqueza econômica, inferindo que o modelo de negócios é fundamental para a redução da pobreza. Isso pode ter sido o caso, historicamente, mas a disponibilidade de energia renovável mais barata significa que a acessibilidade a energia e ao desenvolvimento econômico são cada vez menos dependentes dos combustíveis fósseis”.