Desde 2020, foram iniciadas as medidas assinadas por 195 países durante o Acordo de Paris, para a redução de emissão de dióxido de carbono, limitando até o final do século o aumento médio de temperatura global abaixo de 2ºC. Contudo, três anos depois, somente 1 dos 42 indicadores está seguindo a estimativa projetada, de acordo com o relatório sobre o Estado da Ação Climática 2023, realizado pelo conjunto: Bezos Earth Fund, Climate Action Tracker (um projeto do Climate Analytics e NewClimate Institute), da ClimateWorks Foundation, dos Campeões de Alto Nível das Mudanças Climáticas das Nações Unidas e do World Resources Institute (WRI).

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“Num ano em que as alterações climáticas têm causado estragos em todo o mundo, é evidente que os esforços globais para reduzir as emissões têm sido insuficientes. A mudança incremental contínua não é uma opção; 1,5°C (de édia de temperatura global) ainda é alcançável, mas precisamos urgentemente de uma mudança radical na ação climática.”, afirmou uma das autoras do relatório, Louise Jeffery, do NewClimate Institute.

O único indicador que está dentro dos parâmetros pré-estabelecidos é a venda de carros elétricos. “Os indicadores centrados no aumento da divulgação obrigatória dos riscos climáticos corporativos, nas vendas de caminhões elétricos e na quota de VEs (veículos elétricos) na frota de automóveis de passageiros registaram os ganhos mais significativos num único ano, em relação às tendências recentes”, avaliam os autores do estudo.

Dos outros 41 indicadores, seis indicadores estão avançando na direção certa a uma velocidade promissora mas insuficiente; 24 indicadores estão muito abaixo do ritmo exigido; Outros seis indicadores apontam na direção totalmente errada, oposta, de modo que é necessária uma inversão de marcha e cinco indicadores têm dados insuficientes para acompanhar o progresso.

“Tais atrasos deixam-nos com muito poucas rotas para garantir um futuro habitável para todos. Não há tempo para pequenos ajustes. Precisamos de mudanças transformacionais imediatas em todos os setores nesta década”, afirmou Sophie Boehm, investigadora associada II, do World Resources Institute e principal autora do relatório. 

Fernando Frazão / Agência Brasil

Para acelerar essas mudanças o estudo elenca algumas ações que devem ser feitas: 

Aumentar o crescimento da energia solar e eólica; 

Eliminar gradualmente o carvão na produção de eletricidade sete vezes mais rapidamente do que as taxas atuais; 

Expandir a cobertura da infraestrutura de trânsito para que seja mais rápido e, consequentemente, mais útil que automóveis individuais; 

Reduzir 4 vezes mais rapidamente a  taxa anual de desmatamento e 

Mudar para dietas mais saudáveis e sustentáveis oito vezes mais rápido, diminuindo o consumo de vacas e ovelhas. 

 

“Não é tão tarde! A COP28, em dezembro, oferece uma oportunidade para os líderes escolherem a esperança em vez do desespero.”, disse o Dr. Andrew Steer, presidente e CEO do Bezos Earth Fund.