“Quem usa IA(inteligência Artificial) substitui quem não usa. Todas as empresas que usarem IAs vão substituir as que não usam”, afirmou o Professor PhD afiliado a Stanford University, Alexandre Nascimento.
Em evento realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta terça-feira, 21, em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI), especialistas discutiram sobre a influência da IA na economia, educação, meio ambiente e nas relações sociais.
A Inteligência Artificial já está em funcionamento há anos, mas a tentativa de regulamentação que está em tramitação no Senado traz discussões a respeito do impacto que essa tecnologia pode causar no Brasil.
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Para o Ex-Diretor da OCDE e senior fellow na Escola de Governança Transnacional do Instituto Universitário Europeu, Andrew Wyckoff, o mercado será dominado por empresas dos Estados unidos e da China, por serem os países com maior quantidade de estudos publicados sobre a IA.
A estimativa é de que o mercado mundial possa gerar 200 trilhões de dólares, seja pela eficiência ou utilidade da tecnologia. Para Nascimento, mesmo que o Brasil invista em tecnologias de IAs hoje, o país já está muito atrasado para ser competitivo no mercado.
Dessa forma, seria até um risco para o mercado interno: “A IA vai varrer todos os negócios. A gente vai usar tecnologia de fora e sabe porque é um problema? Por que você vai dar todas as informações de sua empresa para fora.”, afirmou Alexandre.
Além disso, o professor também afirmou que se o Brasil investir numa tecnologia mais ecológica, após a esperada consolidação da IA, pode se tornar um player importante no mercado futuro.
De acordo com um relatório da Microsoft, a empresa teve um aumento de 34% no consumo de água de 2021 para 2022, momento em que o Chat GPT repercutiu entre o público.
Para ele, já que “a coisa mais antiecológica que existe é a IA”, o Brasil deveria já investir em um processo verde, ou seja, mitigando o impacto ecológico da operação: “Se a gente mirar na frente, com computação quântica ou criação de chips.”
No âmbito da educação, o SESI e SENAI já estão trabalhando num cenário em que a IA se torna parte da profissionalização dos brasileiros com uma parceria do Google e um investimento de 98 milhões de reais dos três, segundo o Diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi. Com isso, houve um aumento de letramento digital em que os alunos do 2º ano, já têm a mesma pontuação que alunos do 3º em redação.
Além disso, a IA poderá facilitar o trabalho dos docentes, diminuindo em 20% a burocracia do ensino, que é o principal ponto de estresse dos professores, de acordo com o Diretor de Educação e Competências da OCDE e criador do Program for International Student Assessment (PISA), Andreas Schleicher.
Para Wyckoff, o “período disruptivo” será grande. Com o fim de empregos que conhecemos e o início de novos, assim como ocorreu na época da Revolução Industrial.