Embora a presença feminina represente 17% do total da força de trabalho na Petrobrás, a maior empresa do País, a diferença salarial entre homens e mulheres continua sendo um fator de desigualdade na companhia. Mesmo estando na mesma função, executando a mesma atividade que os homens, as trabalhadoras recebem, em média, 78% (nível médio) e 93% (nível superior) da remuneração dos homens, como mostra relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção Federação Única dos Petroleiros-FUP), divulgado nesta sexta-feira,8.

 

Em julho de 2023, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a lei 14.611/23, que estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial entre mulheres e homens. Em seu artigo 3º, a lei reza que se for verificada a desigualdade salarial pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), “as empresas deverão elaborar e implementar um Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens”.

 

Outro dado relevante na pesquisa do Dieese/FUP é a participação feminina em cargos de chefia na Petrobrás, que hoje chega a 19,4%. Mas nem os altos cargos na empresa garantem a equiparação salarial com os homens. O estudo também mostra a presença feminina em outras empresas de petróleo e gás pelo mundo e constata que a Petrobrás é a que menos emprega mulheres, se colocando em último lugar entre as grandes empresas do setor que têm mulheres em cargos de comando.

 

“A nova gestão da Petrobrás precisa ampliar a presença feminina na composição de sua força de trabalho. Quando comparamos com outras petroleiras pelo mundo, a presença feminina é bem maior (39% no caso da BP), e nos cargos de chefia também (55% também na BP). Além disso, há o desafio de igualar as condições salariais. Uma trabalhadora na Petrobrás, em cargo de nível médio, recebe em média, 22% menos que os homens”, destaca o economista do Dieese, Cloviomar Cararine.