O desemprego recuou, a inflação deu trégua, a inadimplência diminuiu. A renda e o emprego cresceram, as notas de classificação do Brasil crédito melhoraram, os programas sociais voltaram. Mas o governo enfrenta uma onda de desinformação que contraria indicadores oficiais. 

Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad rebateu algumas fake news pessoalmente, na Câmara de Deputados, enquanto alguns deputados o inquiriram com dados e fatos falsos.

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Em audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22) para falar sobre a política econômica, Haddad começou mostrando como o expressivo déficit nas contas públicas em 2023 já havia sido dado no ano anterior, ainda na gestão Bolsonaro. 

Herdamos um problema fiscal”, disse. “Estamos indo bem na agenda econômica”. 

Segundo ele, já havia previsão de deficit de R$ 63 bi, além da falta de cobertura do Bolsa Familia de R$ 60 bilhões e um erro na rubrica da Previdência em torno de R$ 15 bilhões. Outro problema causado pelo governo anterior que engrossou o déficit foi pagamento de precatórios não realizado pelo governo Bolsonaro.

Haddad na Câmara dos Deputados. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

“Era esperado que o Supremo ia declarar inconstitucional aquele não pagamento” — então foram mais R$ 90 bilhões despendido pelo governo para cobrir a despesa deixada pelo governo anterior.

“Honramos o passivo, que vergonha não pagar precatórios, não cumprir decisão judicial é muito grave”, afirmou.

Fantasminha, exame de DNA, Terra redonda

Haddad questionou por que o governo está sendo cobrado por coisas que estão sendo entregues. “O que está acontecendo, de onde está vindo essa (des)informação? Olho para IPCA 15, IPCA, núcleos (de inflação), geração de emprego, Caged, IBGE. Três agências de credito (classificação de risco) … a impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando plano de desenvolvimento”.

Questionado pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), que acusou o governo de gastar muito e compensar aumentando impostos, Haddad disse que apenas dois presidentes deram calote desde a redemocratização — Collor e o Bolsonaro:

 “Aí vem o presidente (Lula) e paga o calote, e ‘ah, olha o déficit que o presidente Lula fez’. Esse déficit não é nosso, o filho é teu, tem que assumir, tem paternidade aqui. Faz o exame de DNA que você vai saber quem que deu calote”.

Contra o ataque do deputado Abilio Brunini (PL-MT) que o chamou de “negacionista da economia”, Haddad respondeu:

“O senhor me chama de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo, a Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne, negam essas coisas. Negam que deram um calote em precatório, negam que deram calote em governador e eu que sou negacionista?”