O texto final da reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, realizado nesta semana no Rio de Janeiro, inclui o tema da taxação dos super ricos no planeta e uma aliança global contra a fome, propostas defendidas pelo Brasil, bandeiras do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Vários países declararam a adesão à ideia, entre os quais França, Espanha, Bélgica, Colômbia, União Africana e Bélgica.
“Ficamos extremamente satisfeitos com o apoio que foi recebido pelo Brasil. Praticamente todos os participantes do G20 fizeram questão de enfatizar a liderança da presidência do Brasil do G20. Obviamente que há preocupações e ressalvas. Há preferências por outras soluções, mas ao final todos concordamos que era necessário fazer constar essa proposta como uma proposta que merece a atenção devida”, disse Haddad durante o evento.
O G20 reúne as 20 maiores economias do mundo. O Brasil é a sede do encontro da cúpula neste ano, que ocorrerá em novembro, no Rio de Janeiro.
O Brasil defende que os países coordenem a adoção de um imposto mínimo de 2%. A adesão global é importante para o sucesso da proposta, pois sem ela os países podem entrar em guerra fiscal, com alguns taxando e outros não, estes atraindo recursos dos super ricos que não quiserem pagar o imposto.
Em pronunciamento aos demais participantes do evento, Haddad já havia dito que a declaração que estava sendo elaborada seria histórica. “Graças à nossa vontade política coletiva, esse G20 será lembrado como ponto de partida de um novo diálogo global sobre justiça tributária. Tal progresso no debate foi alcançado por meio de troca de ideias de maneira franca e transparente”.
A proposta de tributação global dos bilionários foi apresentada pela primeira vez em fevereiro em outra reunião semelhante com membros do grupo.
Há os que resistem. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por exemplo, tem dito que não vê necessidade de um pacto global e que cada governo deve tratar da questão internamente. Porém, ela tem se manifestado favorável a um sistema tributário mais progressivo que garanta que indivíduos de alta renda paguem um valor justo.