Seguindo a dinâmica dos três “Rs” — reduzir, reusar e reciclar —, a Bunker One, empresa dinamarquesa de fornecimento de combustíveis marítimos, está transformando em estojos e ecobags os macacões usados pelos funcionários da sua subsidiária Nova Offshore, que faz as operações de abastecimento marítimo, sendo reconhecida com três certificados de boas práticas em neutralização de carbono pela Prefeitura Municipal de Niterói. Também são feitas bolsas, sem tingimento.
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Os primeiros 250 estojos, recheados com lápis de cor, foram entregues nos dias 14 e 15 de março aos alunos da Escola Municipal Maestro Heitor Villa Lobos, na Ilha da Conceição, em Niterói. Cerca de 200 crianças, de 7 a 10 anos, também participaram de uma oficina de upcycling para aprender técnicas de reaproveitamento de material, fazendo chaveiros com retalhos e, principalmente, de conscientização sobre o papel individual na questão ambiental.
A aula foi ministrada por Vanessa Fraga, membro da Comissão de Direito da Moda da OAB-Niterói e responsável pelo Charlotte Brechó, referência em upcycling certificado pela Secretaria do Clima de Niterói por boas práticas de neutralização de carbono e parceiro da Bunker One no projeto. O evento aconteceu no Centro Social Urbano (CSU) da Ilha da Conceição e contou com a participação do secretário municipal do Clima, Luciano Paez.
“Estamos concluindo a segunda etapa de um projeto que tem impacto direto no meio ambiente e na comunidade onde operamos. Além de colocarmos em prática a meta de desperdício zero, reaproveitando 100% do tecido dos uniformes, contribuímos para a geração de renda das mulheres da região e o resultado do trabalho delas tem impacto direto para alunos da região. Aliando essas ações a boas práticas de governança, seguimos comprometidos com os pilares ESG”, afirma Flavio Ribeiro, CEO da Bunker One.
De acordo com a empresa, gerar renda e movimentar a comunidade de Niterói, onde fica a base de operações da Nova Offshore, estão no cerne do projeto ESG. Por isso, a transformação dos uniformes em novas peças é feita pelas costureiras da ONG Mulheres do Sul Global, negócio social da cidade que busca empoderar economicamente mulheres refugiadas e em situação de vulnerabilidade. Antes disso, o material é higienizado por uma empresa especializada. Assim, as vestimentas chegam limpas às mãos das costureiras, sem qualquer resíduo químico da cadeia de óleo e gás.
Além de fornecer o material para a confecção de estojos e bolsas, a Bunker One remunera a ONG por peça produzida, garantindo que ao menos 60% do valor fique diretamente com as costureiras. As primeiras entregas ocorreram em setembro, e a expectativa é manter um fluxo de produção constante, já que a meta é desperdício zero.
O projeto é pioneiro em termos globais na Bunker One e entrou no relatório de ESG da companhia. A expectativa é que essa experiência seja replicada por outros escritórios da empresa dinamarquesa e até mesmo por outras empresas do setor de óleo e gás.