O CEO da Natura, João Paulo Ferreira, destacou a importância de o Brasil acelerar a criação do mercado regulado de carbono. Ferreira apontou que a regulamentação do mercado de carbono no País pode impulsionar receitas bilionárias e gerar milhões de empregos, além de posicionar o Brasil como um agente global na luta contra a crise climática.
“O mercado de carbono hoje é bilionário. No Brasil, as pesquisas indicam que há um potencial de receita que supera US$100 bilhões até 2030, com mais de 8 milhões de empregos potencialmente associados a esse setor. Para além da urgência climática, essa regulamentação se configura como uma oportunidade de desenvolvimento econômico, um motor de inovação e diferenciação para o país”, afirmou o executivo.
Citando um estudo da consultoria McKinsey & Co. que aponta que o país detém 15% da oferta potencial das chamadas soluções baseadas na natureza (SBN), ele afirmou sobre o potencial do Brasil de liderar tais iniciativas.
Ferreira também ressaltou a importância de uma abordagem inclusiva, com foco nas comunidades tradicionais que ajudam a preservar o meio ambiente. “Essa regulamentação tem o potencial de ser inclusive distributiva, beneficiando comunidades vulneráveis, que são as mais afetadas pelos eventos climáticos extremos, cuja intensidade e frequência estão aumentando. Parte desses fundos deve ser destinada à justiça ambiental para apoiar essas comunidades”, defendeu, em evento sobre o tema, em São Paulo.
Organizado em parceria com Salesforce e ICC Brasil, o evento Alianças pelo Clima contou com a presença de multinacionais compradoras de créditos de carbono, agentes públicos responsáveis pela construção do SBCE e produtores e comunidades locais brasileiras e discutiu o papel estratégico do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE).