Os bonés vermelhos dominaram o G20 Social na zona portuária do Rio nestes dois dias de evento. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se reuniu em massa para discutir as propostas que serão encaminhadas para os chefes de Estado que participarão da Cúpula do G20, que acontece na capital fluminense entre os dias 18 e 19 de novembro.
Os pontos centrais das propostas do movimento serão a reforma agrária popular e a massificação da agroecologia, medidas que contribuem para garantir alimento saudável e combater a crise climática.
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“A massificação da agroecologia está vinculada ao aumento da cooperação dentro das nossas áreas, ao debate da organização de cadeias produtivas alimentares, agroecológicas, para que cada região do Brasil, cada estado, traga suas questões específicas, sem abrir mão da diversidade. Entendendo que a gente precisa alcançar tecnologias para diminuir a penosidade, aumentar a produtividade, no caso, a mecanização, os insumos, as energias renováveis, que contribuem nesse sentido. Além da importância de plantar árvores e produzir alimentos”, disse ao Brasil de Fato Bruno Diogo, da direção nacional do MST.
Maíra Marinho (PT-RJ), vereadora eleita conhecida como Maíra do MST destacou a importância do evento para o acúmulo de forças do movimento popular de forma a incidir na reunião dos chefes de Estado.
Em 2024 completam-se 10 anos da concepção de reforma agrária popular como a bandeira central do MST, definida no 6º Congresso Nacional do movimento, realizado em 2014. Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, aponta que, nesse período, o movimento buscou construir uma “unidade na compreensão do que é uma reforma agrária popular, construindo experiências que pudessem materializar essa nossa proposta”.
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“Esses 10 anos nos deram a compreensão de que a reforma agrária popular, a luta pela terra, continua a ser um pilar essencial. A reforma agrária popular é uma proposta também transitória e exige um governo popular para sua realização, isso ainda está na ordem do dia.”
Débora afirma que a compreensão do MST sobre esse processo aponta à construção da reforma agrária popular, e que o momento atual exige a massificação da agroecologia como forma de enfrentar o avanço do capital nesse setor, representado pelo agronegócio.
“Reverter o que o capital tem feito na agricultura exige o enfrentamento desse capital, com a massificação da agroecologia. Para essa massificação precisamos alcançar as condições materiais e objetivas como acesso ao crédito, bioinsumos e irrigação. Precisamos retomar questões de outras fases dessa construção da agroecologia do MST. A construção da agroecologia não é algo que surge de uma etapa para cá. O enfrentamento ao modelo hegemônico e de construção de uma agroecologia está desde o começo.”