Saara alagado, Antártica verde, Amazônia seca e Pantanal em chamas históricas. O mundo vive mudanças climáticas sem precedentes, em ritmo acelerado não previsto pelos cientistas mais pessimistas.

Na Antártica, pesquisadores das universidades de Exeter, Hertfordshire e o British Antarctic Survey concluíram que a vegetação na região da Península Antártica expandiu mais de dez vezes nos últimos 40 anos. Saltando de menos de um quilômetro quadrado em 1986 para 12 km² em 2021. Em lugar de gelo. A pesquisa foi publicada na Nature Geoscience.

Satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana, registraram imagens impressionantes do deserto do Saara alagado. Iriqui, uma famosa área que estava seca há 50 anos, ganhou lagoas bem além das que costumavam existir na região.

Foto: reprodução

 

O Rio Negro, em Manaus, atingiu recorde histórico de 12,11 metros abaixo do nível normal, o menor já registrado desde o início do monitoramento em 1902. 

As imagens mais tristes vêm das queimadas e dos animais machucados pelo fogo no Pantanal. O bioma enfrentou uma devastação sem precedentes em 2024. Entre janeiro e setembro, o bioma sofreu um aumento de 2.306% na área queimada, comparado à média dos últimos cinco anos. No total, 1,5 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo, dos quais 318 mil hectares apenas no mês de setembro.

Pesquisa publicada na Nature estimou em 17 milhões o número de animais vertebrados mortos nos incêndios que ocorreram no bioma em 2020, o que representa uma média de 2 a 3 animais mortos por hectare no Pantanal.

Onça resgatada no pantanal. Animal não resistiu a dano pulmonar provocado pela fumaça.

A ONG Mercy For Animals mostra que entre os dez estados com maior número de incêndios neste ano, oito também são os que têm maior rebanho bovino no território. Mato Grosso e Pará concentram o maior número de cidades da lista.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Brasil vive a pior estiagem em 75 anos

Outros países também estão enfrentando incêndios florestais. Um exemplo é Portugal, onde mais de 146,6 mil hectares foram queimados neste ano. O observatório climático europeu Copernicus divulgou que os incêndios que devastam o norte do país desde 14 de setembro resultaram na maior emissão de carbono e poluentes nocivos para o mês, em 22 anos de registros.