Em meio à onda de calor que coloca o município entre os mais quentes do País, Niterói realiza nesta sexta e sábado sua 2a Conferência Municipal de Meio Ambiente. É uma oportunidade para cidadãos niteroienses discutirem suas prioridades e alternativas de enfrentamento do aquecimento global e das mudanças climáticas.

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O evento faz parte de um movimento nacional, liderado pelo Ministério do Meio Ambiente, que objetiva ouvir a população brasileira para um novo Plano Clima, com estratégias nacionais de mitigação e adaptação e mais de duas dezenas de planos setoriais. O Brasil pretende liderar esse debate no mundo, com compromissos alinhados ao limite de aumento da temperatura global em 1,5°C.

“Estamos revendo a Política Nacional sobre Mudança do Clima, a PNMC, e elaborando, como os demais países, um novo compromisso a ser apresentado até 2025 perante a Convenção do Clima da ONU”, destaca o MMA em uma cartilha para cidades interessadas em participar da iniciativa.

Inscreva-se aqui para participar da conferência e do plano de mudanças climáticas

Por iniciativa de organizações e movimentos sociais da cidade, que se mobilizaram e conseguiram habilitação para organizar o evento, nos dias 24 e 25 deste mês, a população terá a oportunidade de eleger representantes e propostas para a Conferência Estadual, e desta para a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, que irá orientar a implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Estão à frente da organização o Instituto Floresta Darcy Ribeiro, Instituto de Arquitetos do Brasil Núcleo Leste Metropolitano, Piratininga Surfe Clube e Associação Ponto Org, com o apoio de diversas entidades da esfera pública e comunidades tradicionais.

Na opinião do ambientalista Gustavo Sardenberg, um dos organizadores do evento, os temas mais importantes para Niterói debater são os impactos em favelas e habitações populares; segurança hídrica e qualidade das águas , arborização urbana e gestão costeira tudo junto de educação ambiental formal e informal.

Praia de Itacoatiara, um dos ícones de beleza natural da cidade. Foto: Divulgação

 A Câmara Municipal cedeu o Plenário para a realização do evento e a prefeitura será convidada a apresentar seus planos Municipal de Adaptação, Mitigação e Resiliência de Niterói e Municipal da Mata Atlântica.

A urbanista Regina Bienenstein, da UFF, deve coordenar a mesa, composta pelo gestor ambiental Felipe Queiroz, diretor do Instituto Floresta Darcy Ribeiro (Amadarcy); pela bióloga Kátia Duarte, da Associação Ponto Org; pelo ambientalista Gustavo Sardenberg, representando entidade Piratininga Surf Clube, e pela urbanista Cynthia Gorhan, do Instituto de Arquitetos do Brasil (Iab).

“Embora o poder público tenha perdido o prazo regulamentar, Niterói não deixará de realizar sua 2ª Conferência Municipal de Meio Ambiente para discutir estratégias de enfrentamento da emergência climática”, informa a organização do evento. A Prefeitura de Niterói não respondeu a Agência Nossa os questionamentos sobre a ausência na inscrição.

Os debates serão organizados por grupos de trabalho em torno dos cinco eixos temáticos definidos para a Conferência Nacional deste ano: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Justiça Climática, Transformação Ecológica, Governança e Educação Ambiental. 

Niterói terá direito a cinco delegados titulares para a Conferência Estadual. De acordo com o regulamento da Conferência Municipal, elaborado de forma colaborativa pela comissão organizadora, três deles serão representantes da sociedade civil organizada, sendo uma vaga reservada para comunidades tradicionais; um representante do poder público e um do setor privado.