Uma força-tarefa com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) vai retirar da Baía de Guanabara 80 cascos de embarcações abandonadas. O planejamento  e logística do projeto serão executados por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), usando como base o  mapeamento georreferenciado dos resíduos feito pela Capitania dos Portos do RJ. 

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A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade assumiu a coordenação da iniciativa, que levará 36 meses e prevê a remoção e a destinação final dos restos de navios e pequenos barcos naufragados. Serão gastos R$ 25 milhões.

A Baía de Guanabara é declarada área de preservação permanente, o que significa que devem ser protegidos seus recursos hídricos, sua paisagem, sua estabilidade geológica e sua biodiversidade. Em Ação Civil Pública movida no início do ano, o MPF já havia defendido a necessidade de providências urgentes das autoridades competentes, incluindo Marinha, Ibama e Inea, para a remoção dos cascos e mitigação de danos.

Os cascos soçobrados se encontram no Canal de São Lourenço, em Niterói, além de regiões nos municípios de Rio de Janeiro e São Gonçalo, majoritariamente ao redor da Ilha da Conceição. 

 “Com essa ação, também estamos tornando a região mais segura para pescadores, navegadores e para todos que dependem desse ecossistema”, afirma o secretário da pasta, Bernardo Rossi.

Um mapeamento realizado em 2021 pela Universidade Federal Fluminense (UFF) contabilizou a presença de 61 cascos esquecidos, que ofereciam riscos ambientais e à segurança da navegação, devido à oxidação e ao possível vazamento de substâncias nocivas. Ambientalistas cunharam o termo “cemitério de embarcações” para se referir à situação.

Embarcações na Baía de Guanabara, dezenas delas abandonadas. Fotos: Tânia Rego/Agência Brasil

Os destroços serão removidos por método de demolição e, após avaliação da comissão, serão encaminhados para a destinação correta. Com a retirada do material, espera-se promover a revitalização do Canal de São Lourenço, a partir da recuperação da biodiversidade, melhoria na qualidade da água e redução da poluição.

Segundo a Seas, além da importância ambiental, a ação também promove desenvolvimento econômico, uma vez que o Canal de São Lourenço gera mais de 5.000 empregos diretos e indiretos. A presença dos cascos soçobrados obstrui as rotas de navegação e agravam a situação das comunidades dependentes da pesca artesanal.

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“Estamos dando continuidade a um trabalho realizado pelo Governo do Estado para a remoção de todas as embarcações e a limpeza da Baía de Guanabara. O Rio de Janeiro está investindo para a retomada dos locais de turismo, de lazer e dos empreendimentos da Economia Azul. A Baía de Guanabara tem todas as qualidade para se tornar o maior atrativo empresarial nos próximos anos”, destaca o secretário.