Base da primeira faculdade de cinema do País, conhecida internacionalmente por talentos da teledramaturgia e da cultura de maneira geral, Niterói lançou nesta segunda-feira (16) seu novo programa milionário para o setor audiovisual.
Uma das indústrias mais intensivas em emprego, o audiovisual é uma aposta da Prefeitura no âmbito de projetos da economia criativa e da inovação, segundo contextualizou o prefeito Rodrigo Neves:
“Estamos fazendo o plano Niteroi 2050, que é pensar a cidade nos próximos 25 anos (o que falta muitas das vezes ao Rio de Janeiro, ao Brasil; um plano de longo prazo) e então temos como prioridade desse novo ciclo a transição da economia, a transformação da economia do século XX — do petróleo e dos royalties — para a economia do conhecimento, da inovação, da tecnologia – uma economia criativa e de serviços. É nesta visão geral que se insere este investimento pesado que vamos fazer, de mais de 150 milhões de reais no NAV, no audiovisual”.

O lançamento do NAV 2025 na sala Nelson Pereira dos Santos contou com autoridades, cineastas e artistas. Fotos: Agência Nossa
Em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a Prefeitura lançou o programa Niterói Audiovisual (NAV) 2025, no Reserva Cultural, em São Domingos. Composto por 12 ações estratégicas, o NAV tem como pilares o fomento à produção, a valorização da memória audiovisual, a capacitação profissional, a inovação tecnológica e o fortalecimento da economia criativa e do turismo cultural. A proposta é transformar o setor audiovisual em motor de desenvolvimento sustentável, gerando impacto direto na economia, na cultura e na educação.
Entre os projetos estruturantes estão a inauguração do Museu do Cinema Brasileiro, localizado na Reserva Cultural; a reabertura do Cinema Icaraí; o Cash Rebate Municipal, o Fundo de Financiamento Audiovisual, além do inédito Festival de Cinema de Niterói.

Um dos homenageados foi Jean Thomas Bernardini, que escolheu Niterói para abrigar o segundo complexo de cinemas Reserva Cultural
“O lançamento do Niterói Audiovisual, NAV 2025, representa um marco para o setor cultural da cidade. Mais do que um evento, trata-se do pontapé inicial de um conjunto de programas estruturantes voltados para o fortalecimento da cadeia do audiovisual em Niterói. A programação se estende ao longo do dia”, celebrou o secretário de Economia Criativa e Ações Estratégicas, André Diniz.
O evento, apresentado pela atriz Dira Paes, homenageou nomes relevantes do setor, na sua maioria niteroienses, como a escritora, roteirista Fernanda Young; o ator Paulo Gustavo; Leila Diniz; a atriz Nicette Bruno e o professor João Luiz Vieira. A cerimônia prestigiou ainda os cineastas Cacá Diegues, Luiz Carlos Barreto e Zelito Viana, presente ao evento.
Também homenageado, o empresário francês Jean Thomas Bernardini, que escolheu Niterói para abrigar o segundo complexo de cinemas Reserva Cultural, resumiu sua relação com a cidade: “Não é que eu aprendi a gostar da cidade; eu amo Niterói”. Antes de Niterói, a Reserva só existia na avenida Paulista, coração de São Paulo.

E o professor de Cinema da UFF, João Luiz Vieira, também homenageado
Presente no lançamento, o diretor-presidente da Ancine, Alex Braga, também lembrou de sua conexão com a cidade. Niteroiense, foi provocado pelo prefeito Rodrigo Neves.
“No final da década passada Niterói, para cada real que a Prefeitura colocou no cinema, a Ancine destinou uns 5 reais. Agora, a gente colocando 15, 20, 30 milhões (de reais), eu tô achando que a Ancine vai colocar uns 150 milhões no edital do programa Niterói do audiovisual. O amor do Alex será colocado à prova”, afirmou, levantando risos da plateia.
Niterói tem tradição de investimento no setor audiovisual. Desde 2017, a cidade realiza uma série de ações para incentivar a produção local e chegou a injetar cerca de R$ 10 milhões em editais entre 2018 e 2019.
“Agora, num momento em que grandes premiações e o mercado internacional destacam o cinema brasileiro, vamos nos juntar e impulsionar essa nova fase. O NAV nasce como uma política de longo prazo para consolidar Niterói como capital criativa do audiovisual, em diálogo com instituições de ensino, profissionais do setor, governos e a sociedade civil”, reforça Rodrigo Neves.