A Petrobras em um ano pagou mais de R$ 272 bilhões em tributos e royalties, uma soma que excede 9% do PIB brasileiro. Se considerado ainda o que a petroleira distribuiu em salários, dividendos e pagamentos a fornecedores e instituições financeiras, o total chega a R$ 379,4 bilhões, mais de 12% do conjunto de riquezas que o Brasil gerou no ano passado.
Os valores não incluem os programas socioambientais da Petrobras, relatados no relatório de Sustentabilidade da empresa que acaba de ser divulgado. O Programa Petrobras Socioambiental concluiu em 2024 sua maior seleção pública, com R$ 446 milhões destinados a 63 projetos em todas as regiões do país nos próximos quatro anos. Também para o próximo quadriênio a empresa lançou o Programa Autonomia e Renda Petrobras, com investimentos de R$ 350 milhões.
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Na área ambiental, além das iniciativas de descarbonização, a empresa relata que avançou em nossos compromissos com a biodiversidade, alcançando 80% da meta de elaboração de Planos de Ação em Biodiversidade. Foi firmada parceria com o BNDES para investir em projetos de reflorestamento, da ordem R$ 300 milhões.
“O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Petrobras marca um período de importantes transformações em nossa jornada rumo a uma transição energética justa e sustentável, alinhada à nossa visão de empresa diversificada. Tal visão concilia o foco em óleo e gás com negócios de baixo carbono, reafirmando nosso compromisso com a sustentabilidade, a segurança, o respeito ao meio ambiente e a atenção total às pessoas, gerando valor para a sociedade brasileira, afirma a presidente da empresa, Magda Chambriard.

Mensagem da presidente Magda Chambriard abre o relatório de Sustentabilidade da Petrobras. Foto: Agência Petrobras/divulgação
O documento destaca algumas ações para a transição energética. Além da gasolina Petrobras Podium Carbono Neutro, para veículos leves, e do Diesel R5, para veículos pesados, ambos lançados em 2023, a Petrobras está investindo na construção de plantas dedicadas de biorefino para a produção de querosene de aviação sustentável (SAF) e de diesel renovável na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, com capacidade de 15 mil barris por dia (bpd) e no Complexo de Energias Boaventura com capacidade de 19 mil bpd, ambas com previsão de início de operação após 2029. T
ambém está em estudo a implantação de uma planta na Refinaria de Paulínia (REPLAN), com capacidade de 10 mil bpd para produção de SAF via rota Alcohol-to-jet (ATJ), que utiliza o etanol como matéria-prima.
Outro avanço foram os três testes de campo de combustíveis marítimos com menor intensidade de carbono. Nos testes com 24% de biodiesel, foi constatada a redução potencial de emissão de gases de efeito estufa (GEE), variaram entre 17 e 20% em comparação ao bunker 100% mineral.
O produto foi certificado pela International Sustentability & Carbon Cerfification, o que credenciou a Petrobras a comercializar o produto certificado VLS B24 em 2025. A empresa também está comercializando gasóleo marítimo com teor máximo de enxofre de 1,0 mil mg/kg (LSMGO – sigla de Low Sulfur Marine GasOil), no porto de Santos. Esse teor é significativamente menor que o limite regulado de 5,0 mil mg/kg.