Eliete Pereira de Mendonça, 48 anos, homologava rescisões no Sindicato dos Jornalistas do Município de Rio de Janeiro. Recentemente teve de fazer a sua. Foi demitida em meados deste ano e está buscando qualificação para obter um novo emprego.
Seu drama é o mesmo de outros 22.442 funcionários de sindicatos que perderam o emprego no Brasil entre janeiro e setembro deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essas foram as demissões de pessoas com carteira assinada em atividades de organizações sindicais.
Por outro lado, foram registradas 13.925 contratações, mas que não compensaram as demissões. O saldo negativo é um corte de 6.517 nas vagas deste segmento.
“Por enquanto estou vivendo do seguro-desemprego e do saldo do FGTS e espero conseguir um novo emprego no início do ano que vem. A crise econômica não ajuda, mas acredito que com os cursos que estou fazendo apareça uma oportunidade”, afirma Eliete.
A situação do sindicato dos jornalistas é a mesma pela qual passam tantos outros no Brasil, após um ano da vigência da Reforma Trabalhista. Com a Lei 13.467/2017, que reformou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), as perdas na arrecadação dos sindicatos superam 80%, revelam dados MTE. A reforma que acabou com obrigatoriedade da contribuição.