O desemprego no Brasil permaneceu estável no primeiro trimestre, com uma taxa de 11,1%. Também houve estabilidade no número de desempregados — 11,9 milhões de pessoas.
Já a população ocupada, estimada em 95,3 milhões, caiu 0,5% na mesma comparação, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (29) pelo IBGE.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a estabilidade da taxa de desocupação é explicada pelo fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre. O cenário é diferente daquele apresentado nos outros trimestres encerrados em março, quando, pelo efeito da sazonalidade, havia aumento da procura por trabalho.
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“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, afirma. A taxa de desocupação é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando também foi de 11,1%.
A pesquisadora informa que os emprego sem carteira no setor privado ficou estáveis, depois de três trimestres em expansão. Já o número de trabalhadores por conta própria teve retração após cinco trimestres de aumento. “No trimestre encerrado em março, essa queda no trabalho por conta própria respondeu pela redução no total da população ocupada”, disse.
O rendimento médio real foi estimado em R$2.548, um crescimento de 1,5% em relação ao trimestre encerrado em dezembro. “Esse aumento é importante se considerarmos que esse indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado. De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer”, explica a coordenadora. Na comparação com o trimestre encerrado em março do ano passado, houve queda de 8,7%.
Já a massa de rendimento ficou estável frente ao trimestre anterior. Ela foi estimada em R$237,7 bilhões, ficando estável também na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A taxa de desocupação ficou estável em 26 unidades federação no primeiro trimestre de 2022, frente ao anterior, refletindo a estabilidade da taxa média nacional, que foi de 11,1%. A única queda ocorreu no Amapá (14,2%)