Já era esperado que não haveria muitos avanços em uma conferência do clima sediada na região dos maiores produtores de petróleo do mundo. Mas falemos também dos avanços, sobretudo dos tantos estudos de excelente qualidade técnica apresentados durante a conferência em Dubai.

Ficamos até zonzos de tanto estudo e relatório que saíram antes e durante a conferência do clima. Fizemos então um resumo para quem, como nós, não conseguiu acompanhar em tempo real.

  • Relatório Global Tipping Points Report 2023 aponta 26 pontos de não retorno identificados a partir de evidência de mudanças, registros observacionais e modelos computacionais. É o caso provável dos recifes de coral de águas quentes. Também não se pode descartar o colapso de outros quatro sistemas: as calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida Ocidental, a corrente do Giro do Atlântico Norte e partes de camadas de terra congeladas.  Clique aqui para ler o estudo na íntegra.

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  • A climate finance frameawork: decisive action on the Paris Agreement” estima que serão necessários US$ 2,4 trilhões ao ano, para que economias emergentes se preparem de maneira correta para os desafios da crise climática. Clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • Os danos climáticos causados pelas 25 principais empresas petrolíferas do mundo, entre 1985 e 2018, somaram 20 trilhões de dólares. Mesmo sendo um valor consideravelmente alto, ainda assim, seus ganhos foram superiores, chegando à casa dos US$ 30 trilhões. Logo, se pagassem por todos os danos causados, as empresas ainda teriam trilhões em reservas, de acordo com o estudo Carbon majors’ trillion dollars damages, realizado pela Climate Analytics. Clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • Assinado por pesquisadores liderados pela Universidade de Oxford, estudo projeta cenários de longo prazo e conclui que Brasil tem a vantagem de não precisar investir em tecnologias onerosas de emissões negativas pelos próximos 20 anos, se priorizar soluções baseadas na natureza. Nature-based solutions are critical for putting Brazil on track towards net zero emissions by 2050, publicado pela Global Change Biology conclui que as políticas públicas atuais são cruciais, mas insuficientes para cumprir a meta de longo prazo do Acordo de Paris. Ou seja: o Brasil precisa (e pode) ser mais ambicioso. Acesse aqui o artigo original.
  • Centenas de cidades populosas enfrentarão um risco acrescido de inundações até meados do século, em um futuro sem alterações climáticas. Isto inclui terras que abrigam cerca de 5% da população de cidades costeiras como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benin, e Calcutá, na Índia.  Prevê-se que a exposição ao risco de inundações duplique para 10 por cento da população até ao final do século”, diz a ONU em parceria com o Climate Impact Lab (CIL), a partir da plataforma Human Climate Horizons (HCH): clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • Pesquisa da empresa global WayCarbon com a Redes da Maré prevê impactos severos das mudanças climáticas sobre o conjunto de favelas do Complexo da Maré, no Rio até 2050. Ondas de calor, inundações fluviais e aumento do nível do mar são algumas das ameaças. A população hoje na região é de 140 mil habitantes. O objetivo foi identificar os riscos físicos climáticos aos quais a população do conjunto de favelas está exposta; recomendar ações gerais de adaptação para a comunidade; e potencializar a capacidade de mobilização e de obtenção de recursos para intervenções efetivas no território”, afirma a empresa em sua página no Linkedin. Clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • No estudo A expansão da matriz energética brasileira e seu impacto no potencial de exportação de hidrogênio verde o Instituto Clima e Sociedade reforça que o Brasil poderia se destacar como grande produtor do produto limpo, “por já oferecer uma matriz elétrica altamente renovável e ser capaz de multiplicar sua geração renovável devido à grande disponibilidade de terras com condições naturais favoráveis, como bons ventos, boa irradiação solar e grande oferta de bioenergia”. Para se tornar um exportador da molécula, o Brasil precisará atender os critérios de certificação definidos pelos mercados compradores de hidrogênio verde. Clique aqui para ler o estudo na íntegra.

 

Outros estudos relacionados ao tema:

  • O aumento médio do nível do mar pode impactar cerca de  4,8 mil domicílios e gerar perdas no valor de R$ 4,8 bilhões em Niterói, no cenário intermediário do estudo Vulnerabilidades ambientais e cenários de elevação do nível médio do mar como consequência das mudanças climáticas, no município de Niterói, realizado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense: clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • No estudo Efeitos Da Subida Do Nível Do Mar Na Inundação Costeira Na Costa Leste Do Brasil Devido Às Mudanças Climáticas, Raquel Toste estima aumento de 0,79 m do nível médio do mar no Rio e arredores até 2100, a partir de projeções globais de aquecimento. Mas pondera que a elevação deverá acontecer bem antes do final do século, considerando a rapidez da elevação da temperatura: clique aqui para ler o estudo na íntegra.
  • O Plano de Adaptação Climática do Rio de Janeiro avaliou as localidades mais suscetíveis a eventos extremos. De acordo com o estudo, os máximos absolutos de períodos secos foram observados nas regiões Noroeste e Norte Fluminense, sobretudo na faixa litorânea. As regiões Serrana e da Costa Verde apresentam condições menos críticas. Os resultados indicam que haverá aumento do número de dias secos consecutivos. Clique aqui para ler o estudo na íntegra.