A Petrobras anunciou nesta terça-feira a contratação de uma tecnologia inédita para reduzir a intensidade de emissões na produção de petróleo. A companhia assinou contrato de desenvolvimento e implantação do Separador de Alta Pressão, tecnologia patenteada pela própria empresa que será utilizada para aumentar a eficiência produtiva, reduzir custos e a intensidade de emissões em sistemas de produção de petróleo e gás do pré-sal.
A tecnologia, na sigla em inglês HISEP®, possibilita a separação submarina entre o petróleo extraído e o gás associado produzido, rico em dióxido de carbono (CO₂), gás intensificador do efeito estufa. A partir do leito marinho, a substância é injetada diretamente no reservatório. Assim, parte do processo de separação deixa de ser feita na planta de processamento da plataforma e passa a ser realizada no fundo do mar, “oferecendo maior eficiência energética, reduzindo o impacto ambiental e a intensidade de emissões”, como define a Petrobras em nota à imprensa.
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De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o separador de alta pressão “é uma inovação da Petrobras, tem DNA brasileiro e, em breve, irá contribuir para um desenvolvimento sustentável da indústria de óleo de gás”.
O projeto Mero 3, localizado no estado do Rio do Rio, no pré-sal, será pioneiro no uso dessa tecnologia. Mero é terceiro maior campo do pré-sal, localizado no bloco de Libra, operado pela Petrobras em parceria com a Shell, TotalEnergies, CNPC, CNOOC e Pré-Sal Petróleo (PPSA), que exerce papel de gestora do Contrato de Partilha de Produção e representante da União na área não contratada.
“Além dos ganhos para o negócio, trata-se de uma tecnologia dos tempos atuais: uma das suas vantagens é atuar também como uma tecnologia de captura de carbono e, por isso, configura mais uma ferramenta que auxiliará a Petrobras a atingir suas metas de redução da intensidade de emissões”, afirmou o executivo, durante cerimônia de apresentação do projeto, no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), na cidade do Rio.
Para a fase de implantação do HISEP®, a Petrobras firmou em janeiro deste ano um contrato com a empresa FMC Technologies do Brasil, subsidiária da empresa TechnipFMC. Esse acordo abrange o projeto, a construção e a instalação da unidade piloto do HISEP® e sua infraestrutura, incluindo a interligação com os poços produtores, injetores e a planta de processamento do FPSO Marechal Duque de Caxias (Mero 3). Além disso, será realizado um programa de testes com o objetivo de alcançar a maturidade comercial e tecnológica do HISEP®.
“O HISEP® tem potencial de agregar valor aos campos com alta RGO (Razão Óleo e Gás) e teor de CO₂, dando uma nova perspectiva de produção para eles. A escolha do Campo de Mero para a aplicação piloto do HISEP® é estratégica, uma vez que o pré-sal da Bacia de Santos é uma das áreas mais promissoras e desafiadoras do setor. Com essa tecnologia revolucionária, esperamos otimizar a produção, reduzir custos e promover a eficiência operacional”, destacou o diretor de Exploração e Produção, Joelson Mendes.
Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação concluiu que “a implantação do HISEP® representa um reflexo significativo da nossa busca contínua por soluções tecnológicas inovadoras. Este processo é resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento no Cenpes. Estamos confiantes de que o HISEP® se tornará uma referência de inovação com ganho de eficiência e geração de valor na indústria de petróleo e gás, contribuindo para consolidar a posição de liderança da Petrobras no mercado mundial”.
FPSO Marechal Duque de Caxias
A unidade piloto de separação submarina HISEP® será interligada ao FPSO Marechal Duque de Caxias, pertencente ao projeto Mero 3, na área do pré-sal. Esse será o quarto FPSO instalado no campo de Mero,
A unidade terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de m³ de gás por dia. Os contratos de afretamento e de serviços terão duração de 22 anos e meio, contados a partir da aceitação final da unidade, prevista para o segundo semestre de 2024.
O projeto prevê a interligação de 15 poços ao FPSO, sendo 8 produtores de óleo e 7 injetores de água e gás, através de uma infraestrutura submarina composta por dutos rígidos de produção e injeção, dutos flexíveis de serviços e umbilicais de controle.