Elizabeth Teixeira, mulher de 99 anos, nascida em Sapé, na Paraíba, e que dedicou sua vida à luta pela reforma agrária, é a vencedora na categoria Prêmio do Júri da terceira edição do Prêmio Megafone de Ativismo. 

Já Megafone do Ano ficou com Thiago Ávila, ativista internacionalista e socioambientalista, que divulga conteúdos sobre a geopolítica no Oriente Médio. 

Assine a Volver! para receber gratuitamente nossas reportagens

Os resultados incluem outras doze categorias que, juntas, cobrem as mais diversas formas de manifestação democrática e cidadã, compondo um retrato das causas que mobilizaram a sociedade brasileira no ano passado. 

“Se em 2021 a saúde pública esteve na linha de frente e em 2022 houve uma grande movimentação em defesa da democracia, em 2023 a agenda ativista retomou pontos fundamentais para a justiça social no Brasil, como a reforma agrária e a violência policial. Porém alguns temas, como racismo, desigualdade de gênero e questões ambientais, permaneceram fortes em todas as edições do prêmio”, contextualiza Digo Amazonas, do Megafone Ativismo.

 Duas ações denunciando crimes de grandes empresas estão entre os premiados. 

Foto: Juventude Sem Terra/ Levante da Juventude

Na categoria Marcha ou Manifestação de Rua, quem recebeu o prêmio Megafone foi o protesto da população alagoana nas ruas de Maceió denunciando a empresa pelo afundamento do solo na capital alagoana. Neste protesto, a população seguiu em direção à Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, onde reivindicou realocação digna dos moradores que estão na área de risco, revisão dos contratos de indenização e cobrança dos órgãos de controle institucional que possam investigar a Braskem. 

Na categoria Ação Direta, venceu um grupo de jovens que protestou em frente a uma unidade da empresa e agrotóxicos BASF em Sapucaia do Sul (RS). O protesto repercutia as denúncias de trabalho escravo, bem como o envenenamento dos alimentos no Brasil. A ação fez parte da 14ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra, que trouxe o lema “Combater o Agro, garimpo e a mineração. Rompendo cercas alimenta a nação!”.

Cada um dos premiadosrecebe um troféu feito pelo artivista Mundano, um dos idealizadores do prêmio, além de presentes das organizações realizadoras do Prêmio.

Este ano o prêmio também reconheceu o esforço de quem arrisca a própria vida para defender seu território. É o caso de Darlon Neres dos Santos, premiado na categoria Jovem Ativista. Ele é ameaçado de morte por denunciar a exploração de madeira ilegal que acontece no Assentamento PAE Lago Grande em Santarém (PA).

O prêmio Megafone também reconheceu o poder do humor – uma das formas de protesto mais tradicionais no Brasil. Essa foi a forma pela qual Walter Oliveira da Silva, indígena de Santarém (PA), destacou a importância do reflorestamento como medida de combate à crise climática. Para tanto, ele fez uma sátira ao filme Barbie que se sagrou vencedora na categoria Meme ou Humor de Internet.

Ainda no universo digital, Leandrinha Du Art é a vencedora na categoria Perfil de Rede Social. Esta influenciadora digital de Minas Gerais atua também como fotógrafa, produtora, blogueira e comunicadora. É militante nas causas das pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIAPN+.