O show histórico e gratuito da Madonna, após 12 anos sem visitar o Brasil, deve movimentar R$ 293,4 milhões no Rio, num efeito multiplicador de renda típica do setor cultural. “The Celebration Tour”, marcado para este sábado, dia 4, na verdade já está aquecendo a economia, com viagens de avião, ônibus, hospedagem e milhares de pessoas já na orla assistindo ensaios.
A Prefeitura do Rio espera um milhão de pessoas no espetáculo, das quais 850 mil são locais, da região metropolitana do Rio; 120 mil são turistas nacionais; e 30 mil são turistas estrangeiros.
O investimento da Prefeitura do Rio, por meio de contrato de patrocínio, para esse show é de R$ 10 milhões.
A previsão é que somente a arrecadação extra de ISS devido ao espetáculo já compense o gasto, reclassificado como investimento. O super show deve movimentar na cidade 30 vezes o valor desembolsado pela Prefeitura.
“Um ponto relevante é que o investimento público da Prefeitura poderá trazer um retorno, em termos de movimentação na economia carioca, de aproximadamente 30 vezes”, afirma a Prefeitura em um estudo sobre os impactos do show na cidade.
A exposição na mídia internacional do show da Madonna no Rio, após o anúncio oficial foi de US$ 43,9 milhões, o equivalente a R$ 217,6 milhões. “Ou seja, caso a cidade do Rio fizesse uma campanha de publicidade na imprensa internacional, teria que gastar mais de R$ 200 milhões, que foi conquistado, espontaneamente, com a oficialização do show”, completa o estudo.
O espetáculo de uma das maiores estrelas do mundo nas areias de Copacabana é patrocinado principalmente pelo Itaú. O banco tem a cantora pop como a principal estrela da sua campanha pelo centenário. O show também conta com apoio da Heineken e do governo do estado do Rio e deve custar R$ 60 milhões, dos quais R$ 17 milhões devem ficar com a Madonna.
“Além dos efeitos econômicos diretos que os eventos podem exercer sobre a economia local, também existem efeitos indiretos, que comumente são deixados de lado devido à sua mensuração ser significativamente mais difícil. Esses efeitos dizem respeito aos impactos culturais, políticos ou de imagem referentes a realização desses eventos – que podem ser substanciais”, diz o estudo.
O relatório The Concerts and Live Entertainment Industry: A Significant Economic Engine, elaborado pela Oxford Economics, para os eventos de shows e entretenimento ao vivo nos EUA, mostra que, em 2019, o setor foi responsável por um impacto econômico de US$ 132,6 bilhões e 913 mil empregos, associados a uma renda do trabalho de cerca de US$ 42 bilhões. Estima-se que a arrecadação tributária desses eventos tenha totalizado cerca de US$ 9,3 bilhões a nível federal e mais US$ 8,3 bilhões a nível estadual e local.
Estudos da Prefeitura do Rio, como o “Carnaval de Dados” e o “Réveillon em Dados” estimam um impacto na economia do Rio de R$ 5 bilhões no Carnaval 2024 e R$ 3 bilhões no Réveillon 2024. Já o Rock in Rio, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendado pelo festival, estima um impacto de R$ 1,7 bilhão na economia local.