Segundo pesquisa produzida por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em 2020, as vendas de produtos orgânicos cresceram 30%. A escolha por esses produtos que trazem incorporados nas embalagens grande apelo social e ambiental muitas vezes está ligada às mudanças nos hábitos dos consumidores, como uma preocupação maior com o meio ambiente e com a saúde. 

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De alimentos a cosméticos, produtos de limpeza e peças de roupas, a “febre” dos produtos orgânicos ganha cada vez mais o mercado. No setor alimentício, empresas como Korin, Mãe Terra, Vapza e Coopernatural apostam em produtos naturais que buscam ofertar uma vida mais saudável. Ao mesmo tempo, marcas do setor de beleza investem em linhas próprias orgânicas ou em parcerias com empresas menores que já nasceram com essa proposta, a exemplo da venda de produtos da Quem disse, Berenice? pela O Boticário.

Produtos orgânicos, segundo a legislação brasileira, são aqueles obtidos em um “sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local”. São provenientes da agricultura orgânica, prática agrícola que dispensa o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, e como alternativa estimulam o uso de fertilizantes naturais e o controle biológico de pragas e doenças.

Também dão preferência ao emprego de mão-de-obra local.gânicos, segundo a legislação brasileira, são aqueles obtidos em um “sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local”. São provenientes da agricultura orgânica, prática agrícola que dispensa o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, e como alternativa estimulam o uso de fertilizantes naturais e o controle biológico de pragas e doenças. Também dão preferência ao emprego de mão-de-obra local.

Para serem comercializados como orgânicos, antes os produtos precisam ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura e Pecuária. Conforme uma publicação do ministério, os Sistemas Orgânicos de Produção têm como finalidade ofertar produtos saudáveis livres de contaminantes, a preservação da biodiversidade, a adoção de práticas sustentáveis do uso do solo, da água e do ar e boas relações de trabalho, baseadas nos conceitos de justiça, dignidade e equidade.

Apesar dos desafios enfrentados pela agricultura orgânica, sobretudo o custo, já que é um modelo menos produtivo e praticado em menor escala, entre 2003 e 2017, as vendas aumentaram quatro vezes de acordo a pesquisa da UFRGS e da UTFPR. Em 2020, o setor movimentou cerca de R$ 5,8 bilhões no Brasil. Ainda, dados da Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica analisados pelo estudo mostraram que o país é o maior mercado para produtos orgânicos na América Latina, com um valor de vendas estimado em €$ 778 milhões em 2016.

Para 2023, a estimativa é que o mercado brasileiro tenha lucrado cerca de R$ 7 bilhões com a venda desses produtos. Em uma publicação do Globo Rural, Cobi Cruz, diretor da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) trouxe que a expectativa é que os produtos orgânicos continuem em alta, já que respondem a uma demanda crescente dos consumidores. O setor também conta com a entrada de grandes corporações no mercado, aumentando a diversidade e a produção.