As empresas públicas brasileiras Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Itaipu endereçaram ao G20 nesta sexta-feira (15) uma carta com propostas para os chefes de estado que compõem a Cúpula. Entre 32 propostas, o grupo das grandes companhias sugere o apoio de bancos multilaterais de desenvolvimento para mecanismos de mitigação a riscos de câmbio. Um problema que afeta sobretudo países em desenvolvimento.

Na mesma proposta, o grupo de empresas brasileiras cita a criação de mecanismos financeiros capazes de gerar soluções para taxas de financiamento “a custos factíveis para a ponta, e monitoramento não oneroso em relação a custos operacionais”.

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Outra sugestão no âmbito da reforma da governança global é a revisão das metodologias de classificação de risco (rating) de bancos de desenvolvimento “avaliando adequadamente suas características que asseguram sua estabilidade financeira”.

A proposta indica que as classificadoras de risco devem verificar o histórico das instituições de fomento, “o que permitirá aumento da captação de recursos e redução de custos para investimentos sustentáveis, em especial considerando a missão de tais instituições em desempenhar esse apoio”.

A carta,  entregue à ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck deve ser incorporada à Declaração do G20 Social, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento do fórum, paralelo ao G20, neste sábado, 16. 

Representantes das empresas públicas entregam documento à à ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Foto: Nelson Mendes / Petrobras

A discussão de uma reforma da governança global por chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo além da União Europeia e União Africana acontece na tarde da segunda-feira, 19, primeiro dia da Cúpula, no Rio de Janeiro. Trata-se de um dos três temas centrais estabelecidos pela presidência brasileira do G20. A intenção é discutir como modernizar as principais instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, para que reflitam as realidades contemporâneas e promovam uma governança mais justa e eficiente. 

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Para outro tema central, o enfrentamento das mudanças climáticas, as empresas públicas sugerem, entre outros itens, reconhecer a necessidade de conciliar a transição energética com “a exploração responsável e eficiente em custo e em emissões de petróleo e gás nos países em desenvolvimento, especialmente naqueles que, como o Brasil, possuem uma matriz energética diversificada e limpa, bem como assumem compromissos explícitos de descarbonização e garantem uma menor pegada de carbono em seus processos”. 

O grupo quer também o reconhecimento de que as empresas públicas possuem um papel estratégico e propulsor da transição energética justa, com inclusão social, podendo ser referência para todo o setor privado, em termos de investimentos socioambientais, ampliação das oportunidades de emprego e de capacitação em temas relacionados à economia de baixo carbono”.

No terceiro tema central – na verdade o primeiro a ser discutido na Cúpula – o conbate à fome, a pobreza e à desigualdade – as empresas sugerem intensificar políticas públicas voltadas para a democratização do crédito para produção de alimentos.

Fortalecer as políticas de combate à desertificação também está entre as propostas.