Um novo vazamento de óleo ocorrido na tarde deste domingo, em São Gonçalo (RJ), trouxe à tona a necessidade de um canal participativo de denúncias online para identificar responsáveis por vazamentos de óleo nas baías fluminenses (Guanabara, Sepetiba e da Ilha Grande).
O mecanismo, defendido pelo Baía Viva, ganhou força com o ocorrido, segundo informações do movimento. O Inea confirmou que encontrou manchas de óleo na região apontada pelo Baía Viva.
“Após a divulgação (…) de vídeo sobre novo vazamento de óleo que ocorreu ontem nas águas da Baía de Guanabara (…) o Movimento Baía Viva recebeu nesta manhã mensagens via WhatsApp do Comando da Capitania dos Portos (Marinha do Brasil) e da presidência do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), informando que ambos consideram ótima a iniciativa de criação de um canal de comunicação permanente via WhatsApp para receber denúncias online de pescadores artesanais, moradores das ilhas, passageiros das barcas e praticantes de esportes náuticos”, afirma o movimento, em nota.
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O canal sugerido prevê a coleta de imagens pelos órgãos públicos toda vez que for identificada a presença de óleo no mar oriundo de vazamentos, de ondas de lixo marinho (lixo plástico) e outras fontes de poluição.
Relatos de pescadores artesanais e organizações afetadas pela poluição afirmam que os vazamentos de óleo no mar costumam ocorrer de madrugada quando a fiscalização ambiental não funciona e que as empresas responsáveis são recorrentes.

Um dos fundadores do Baía Viva, o doutorando em Antropologia Sérgio Ricardo Potiguara, alerta que os sucessivos derramamentos de óleo na Baía provocam fortes impactos sobre a biodiversidade marinha, geram insegurança alimentar e perda da renda familiar das comunidades pesqueiras e do lazer comunitário em função da poluição das praias.
O Movimento defende ainda que a fiscalização por parte dos órgãos públicos nas águas das baías do estado seja feito com a participação das comunidades pesqueiras cadastradas, “já que são eles que detém os conhecimentos naturalísticos sobre estes ambientes e poderiam estar colaborando com a atuação dos órgãos públicos”.
Inspeção do Inea
Procurado por esta reportagem, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que vistoriou nesta segunda-feira a Baía de Guanabara para checar denúncia de presença de mancha oleosa nas proximidades do município de São Gonçalo.
Durante a inspeção, diz o órgão, os técnicos identificaram uma mancha de óleo com características iridescentes na região próxima ao entreposto pesqueiro do Gradim.
Para dispersar o resíduo oleoso, a equipe aplicou técnicas de dispersão hidromecânica da mancha com apoio da embarcação da Capitania dos Portos.
Após essa operação, a equipe percorreu a baía até a região próxima a Barreto, em Niterói, e não identificou a presença de outras manchas de óleo. O Inea segue monitorando a região.