De pequenas consultorias em comunicação a gigantes da internet, a lei de proteção de dados afetará empresas de todos os segmentos, mas sobretudo organizações relacionadas a marketing e vendas. Isso porque as regras que entram em vigor a partir do próximo ano estabelecem limites para o uso de informações, e quem lida com dados de terceiros está bem no alvo da lei.
Cadastros, malas diretas, listas de transmissão, newsletters. Seja qual for a plataforma utilizada, quem lida com dados alheios terá de se adaptar e adotar políticas para geri-los com responsabilidade.
Entre as normas, caberá às organizações armazenar somente informação necessária, explicando ao detentor da informação, chamado titular, por que e para que os dados estão sendo usados. E, claro, obter consentimento para deter os dados e realizar tratamento dos mesmos.
A organização também terá de atender ao pedido de parar de usar o nome do detentor dos dados se ele pedir.
“Quem estiver em conformidade com lei terá um diferencial”, afirma Leonardo Militelli, diretor-executivo da Ibliss, empresa de segurança digital. “As empresas hoje são muito falhas, muitas não cuidam dos dados nem têm política de segurança de informação (..) toda empresa terá obrigação de cuidar dos dados”.
Na prática, a lei dá o poder das pessoas de serem donas de suas próprias informações e fazerem delas o que bem entenderem, cedendo ou não seu uso para empresas, por exemplo.
Ao site blog do Pyr, a especialista Isabela Ventura, CEO Squid, afirma que mudanças são inevitáveis no marketing, pode-se escolher sofrê-las ou conduzi-las.
“Qualquer coisa que não possa ser digitalizada ou automatizada se tornará extremamente valiosa. Características exclusivamente humanas como criatividade, imaginação, emoção serão ainda mais importantes no futuro. Assim, acredito cada vez mais que para as marcas serem bem-sucedidas, elas precisam encontrar novas formas de se fazer publicidade. Uma publicidade menos chata e intrusiva. Creio que uma das tendências sejam as marcas criando conteúdos relevantes e criativos junto e para quem está em torno dela. É sobre amplificar essas vozes se aproximando e fomentando comunidades de maneira humana, empática e consciente”.