A taxa de desemprego caiu para 11,6% da população em idade de trabalhar no trimestre encerrado em novembro do ano passado. Embora o total de desempregados ainda seja expressivo — 12,4 milhões — ele representa uma queda de 10,6% em relação ao trimestre anterior, ou seja, uma redução de 1,5 milhão de pessoas.
Já em relação ao mesmo período do ano anterior, são 2,1 milhões a menos em busca de trabalho.Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (28), pelo IBGE.
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Na comparação com o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas ocupadas aumentou 3,5%. São 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. E a maior parte dessa expansão da ocupação veio do comércio, com aumento de 4,1%, ou 719 mil pessoas a mais trabalhando no setor. Já a indústria teve crescimento de 3,7%, o que representa um acréscimo de 439 mil pessoas a esse grupamento de atividade.
O segmento de alojamento e alimentação, um dos mais prejudicados desde o início da pandemia de Covid-19, teve um acréscimo de 438 mil trabalhadores no seu contingente, um aumento de 9,3%.
“Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Assim como nos trimestres anteriores, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado cresceu. Houve um aumento de 1,3 milhão de pessoas (4,0%) frente ao trimestre encerrado em agosto. Segundo a pesquisadora do IBGE, os segmentos de comércio, indústria, saúde e educação e de tecnologia da informação e comunicação foram os que mais expandiram a sua ocupação com trabalhadores com carteira assinada.
Também houve um acréscimo de 838 mil pessoas (7,4%) no contingente de empregados sem carteira no setor privado. Frente ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 18,7%.
O número de trabalhadores por conta própria também cresceu: o aumento foi de 588 mil pessoas (2,3%) em relação ao último trimestre e de 3,2 milhões (14,3%) frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020.
Já a taxa de informalidade foi de 40,6% e se manteve estável frente ao trimestre anterior, mas houve um aumento no número de trabalhadores informais.
“Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal. Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país”, afirma Beringuy.
Menor rendimento real em 9 anos
O rendimento real habitual estimado no trimestre encerrado em novembro de 2021 foi o menor já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O valor de R$2.444 representa uma queda de 4,5% em relação ao trimestre anterior e 11,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
Já a massa de rendimento real habitual, ou seja, a totalidade dos ganhos dos trabalhadores, permaneceu estável, ao ser estimada em R$227 bilhões.
“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, explica a pesquisadora Adriana Beringuy.
1,3 milhão de pessoas fora da força de trabalho
A população fora da força de trabalho teve queda de 2,0% na comparação com o trimestre encerrado em agosto. Fazem parte desse grupo as pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana de referência. A queda nesse contingente foi de 1,3 milhão de pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, houve redução de 4,6 milhões.
Na comparação com o último trimestre, 538 mil pessoas saíram da força de trabalho potencial, grupo das pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. Estimado em 9,1 milhões de pessoas, esse contingente teve redução de 2,3 milhões na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Já as pessoas desalentadas, ou seja, aquelas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar, foram estimadas em 4,9 milhões. A queda foi de 6,8% frente ao último trimestre e de 14,4% em relação ao encerrado em novembro de 2020, quando havia 5,7 milhões de desalentados no país.