A seca que afeta o Rio e o Brasil inteiro já provoca crise hídrica em municípios como Niterói e São Gonçalo. O sistema de abastecimento de água mais afetado é o Imunana Laranjal, que fornece água para mais de 2 milhões de pessoas, incluindo niteroienses e habitantes também de Itaboraí, Paquetá e parte de Maricá. O sistema já está com sua capacidade reduzida devido à seca.

Outros 3 sistemas de abastecimento do estado seguem sob alerta e a preocupação é com o abastecimento das próximas semanas, já que a previsão é que a seca perdure até outubro.

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O governador Cláudio Castro instituiu nesta segunda-feira (16/09) uma Força-Tarefa para regular a venda de carro-pipa e intensificar investigações sobre incêndios criminosos, outro problema agravado pela severa estiagem.

Com o monitoramento da comercialização de água, o governo quer evitar aumentos abusivos de preço, devido à estiagem que colocou em estado de alerta os sistemas de abastecimento de Mangaratiba, Macaé, Acari e já afeta a 10% da capacidade do Imunana Laranjal.

Bernardo Rossi (Secretário do Ambiente), Renato Jordão (Presidente do Inea) e comitiva fiscalizam o Sistema Imunana-Laranjal. Foto: Fabiano Veneza

O Canal de Imunana é formado pela confluência dos rios Macacu e Guapiaçu, no município de Guapimirim. Com a falta de chuvas, o nível do Rio Macacu está 16% abaixo da média registrada neste período nos últimos três anos. Entre as intervenções estão o desassoreamento do Canal de Imunana, responsável pela captação de água, e a instalação de bombas abaixo da Barragem do Rio Macacu, para aumentar a oferta de água para tratamento.

Se mesmo com essas medidas, o nível do rio continuar baixo, existe a possibilidade de se construir uma adutora para trazer água do Rio Guapimirim para o Canal de Imunana. A região já tem sido alvo de alertas de relatórios da Agência Nacional de àguas, sobre sua fragilidade no abastecimento devido à falta de uma represa.

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Já as represas do Sistema Acari (Tinguá, Xerém, Rio D’Ouro, São Pedro e Mantiquira), que abastecem parte da Baixada Fluminense, enfrentam estiagem histórica. As unidades captam água em mananciais menores, cuja disponibilidade depende diretamente do volume de chuvas para garantir a operação total do sistema.

A concessionária Águas do Rio, responsável pela rede de distribuição na região afetada, realiza manobras para direcionamento da água do Sistema Guandu – que opera com 100% da capacidade – para as localidades atendidas.
O Guandu, maior dos sistemas, que abastece a capital carioca, segue sob fluxo normal.

O governador afirmou que o estado também está tomando providências no sentido de conscientização da demanda por água. A população precisa ser alertada para não desperdiçar água, considerando que a previsão de seca permanece até outubro.

“Não poupamos esforços para nos adaptar às mudanças climáticas. Mantemos diversas ações de prevenção frente a esta nova realidade e estamos prontos para atuar de maneira emergencial, quando necessário, para que os impactos na vida da população sejam minimizados”, afirmou o governador na semana passada, em outro evento para discutir o problema.

O secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, reiterou a necessidade de diminuir os prejuízos da estiagem.

“Os dados meteorológicos indicam que a escassez de chuvas vai se estender até outubro. Por isso, estamos atacando o problema de forma emergencial, mas já nos preparando a médio prazo. O importante é manter o abastecimento, para que a população não necessite alterar sua rotina – afirmou Rossi.

No início da semana, a Cedae divulgou um alerta sobre o risco de redução da produção de água por causa do baixo volume de água nos mananciais de captação.

“Estamos atentos aos efeitos das adversidades climáticas e buscando formas de nos anteciparmos aos problemas para reduzir o impacto para a população” disse o presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.